quinta-feira, 27 de abril de 2017

OFICIO DIVINO – VIDA PELAS VIDAS “Celebração de um ano da Páscoa do Lourival”





 
OFICIO DIVINO – VIDA PELAS VIDAS
“Celebração de um ano da Páscoa do Lourival”
Centro Cajueiro, Goiânia, 01/05/2017




CHEGADA
(Usar um óleo com fragrância suave para acolher a cada um e cada uma que chegar ao espaço, se preparando para a oração, com uma saudação.)

Mantra: Luz da luz, infinito Sol / luz da luz, fogo abrasador / luz da luz, Cristo Jesus / abrasai-nos com vosso amor.
(Acendimento do Círio Pascal)

ACOLHIDA –
(Uma pessoa acolhe os/as presentes, motivando para apresentação. Sugestão: cantar um refrão de acolhida)

RECORDAÇÃO DA VIDA
(Uma pessoa faz introdução, e após, cada um/a apresenta um símbolo, objeto ou imagem que nos ajuda a fazer memória das experiências com Lourival)

HINO

Coração Civil – Milton Nascimento

Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade nos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país

Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada 
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver

São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor Brasil
Se o poeta é o que sonha o que vai ser real
Vou sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal

Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder? Viva a preguiça viva a malícia que só a gente é que sabe ter. 

Assim dizendo a minha utopia 
Eu vou levando a vida, eu vou viver bem melhor
doido pra ver o meu sonho teimoso um dia se realizar 

SALMO – Palavras de Lourival
(Escolher algum dos textos e/ou escritos do Lourival para rezarmos suas palavras)

CANTO –
Caçador de Mim – Milton Nascimento
Por tanto amor, por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu, caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim

Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim

LEITURA BÍBLICA – Lc 24, 13-35

REFLEXÃO
(Uma pessoa faz a reflexão da Palavra, também a partir das memórias partilhadas na recordação da vida. Após, cantar “Fica conosco Senhor, é tarde e a noite já vem. Fica conosco Senhor, somos teus seguidores também”.)

PRECES
(Uma pessoa motiva as preces espontâneas a partir das causas e bandeiras de luta que Lourival defendia. Exemplo: juventude, população em situação de rua, direitos humanos etc.)
Resposta: Caminha conosco, Senhor da Vida.

PAI NOSSO
(Cantar Pai Nosso dos Trabalhadores – Padre Zezinho)

Pai Nosso, que estais nos céus
Santificado seja vosso nome
Venha a nós, o Vosso reino
Sejam feitos vossos projetos
Aqui na terra, aqui na terra
Antecipando o que será viver no céu
O pão nosso de cada dia dai a nós e a nosso irmão
Como fruto de quem trabalha e constrói esta nação
E perdoai-nos os nossos egoísmos
E prometemos perdoar também
A quem nos ofender
Pra não sermos instrumentos de egoísmo e opressão, libertai nosso coração.
Pois teu é o poder
Livrai- nos do mal
Teu Pai também trabalha
Livrai-nos do mal
E nós trabalharemos pra fazer um mundo mais igual

BENÇAO FINAL – Benção da despedida



CAMINHADA –  
É bonita de mais, é bonita demais
A mão de quem conduz a bandeira da paz
É a paz verdadeira
Que vem da justiça, irmão
É a paz da esperança
Que nasce de dentro do coração
É a paz da verdade, da pura irmandade do amor
Paz da comunidade
Que busca igualdade, ô, ô
Paz que é graça e presente, na vida da gente
De fé, paz do onipotente
Deus na nossa frente, Javé

CANTO FINAL
Eu só peço a Deus
Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o q'eu queria
Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria
Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente
Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda a pobre inocência dessa gente
Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente
Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente




Divisão de tarefas


Chegada com saudação -  Márcia e Danielle
Músicas – Regina, Jaquelyne e Samuel
Acendimento do círio – Joara
Acolhida – Rayner
Recordação da vida – Joara
Salmo – Carmem escolher o texto – Rayner motivar a reza.
Leitura Bíblica – Mariana
Reflexão – Rezende
Preces - Rayner
Benção  Final -  Joara e Rayner


Sugestão do texto do Lourival para se ler. Este é parte (trechos que não estão em sequência) de um artigo Pode o subalterno falar?
O que legitima homens em seus espaços de poder? O que os legitima para controlar, gerir, orientar, coagir, punir e subalternizar as vivências dos afetos, do sexo e da saúde?

A Doutrina Social da Igreja nos dá referências claras e coerentes para nossa atuação positiva em favor da justiça e do direito, e nos ajuda a sermos sal e luz para ajudar a sociedade a traçar caminhos coerentes com o Evangelho”

É necessário ampliar a ideia de que todos têm poder, daí os jovens, enquanto sujeitos sociais, têm poder no processo de gestão sobre sua sexualidade, sobre seus corpos e vivências.

A atual sociedade necessita ser pautada de forma que não haja um único poder de pensamento, e que este poder seja constituído nas diferenças.

Percebe-se a necessidade de visibilizar as relações de poder e dominação que divide o mundo e questionar a ordem estabelecida. O empoderamento e a emancipação têm, que gerar outro tipo de poder para a juventude e para as mulheres, para reforçar a luta contra a dominação.

Não existe ninguém que não possa falar por si mesmo, mesmo sendo subalternizado/a.





domingo, 16 de abril de 2017

Ressurreição não haverá de se... Por Nancy Cardoso Pereira




Este ano não vai ter ressurreição! não mesmo! Mas “se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” - me dirá a gente crédula. Exato! Vã. Inútil. Vazia.

Nunca antes na história desse país o cristianismo foi tão eloquente, aparecido, reforçado, bem querido, destemido, poderoso, badalado, celebrado, concorrido, deputado, aclamado, contado aos milhões, contadores de milhões, desfilado por madames, exaltado nos estádios e cantado nas sofrências gospel... mas toda essa pompa num vale nada! num melhora um centímetro a nossa vida em sociedade. O fascismo e a barbárie convivem com cultos, missas e louvores. Sinceramente? o cristianismo entre nós precisa perder importância, descer do salto alto, largar a tribuna e o pedestal, deixar a passarela e o palco se quiser conviver como uma religião entre outras no esforço civilizatório de bem viver.

Há cruzes por todos os lados: do exibicionismo cristão e da brutalidade cotidiana. Somos um país violento e o fervor religioso é também um vetor de intolerância, um combustível do senso comum da fé rasa que condena direitos humanos, prega que “bandido bom é bandido morto”, financia a intervenção interesseira nos territórios indígenas em nome da evangelização de povos e línguas, demoniza as religiões de matriz africana, apoia modelos econômicos de exploração do trabalho, destruição da natureza e acumulação de riqueza, defende um modelo de família patriarcal e promove a extorsão erótica da juventude em louvores auto-referenciados e escapistas mantenedores da ordem burguesa. Fé de mais! Vida de menos!

Foram 61 camponeses/as mortos na luta pela terra em 2016. (CPT)

Foram 138 indígenas mortos em 2016. (CIMI)

30 mil jovens foram assassinados em 2016, 76,5% eram negros. (Anistia Internacional)

De 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875. (ONU)

A taxa de feminicídios no Brasil é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo. (OMS)

Foram registradas 343 mortes de homossexuais no Brasil, entre janeiro de dezembro do ano passado. Ou seja, a cada 25 horas um LGBT foi assassinado. (GGB)

Sendo assim... com todas estas mortes nas costas e a inviável resolução digna e reparadora de cada um/a e todos/as eles/elas... ressurreição não haverá! Permaneceremos no fracasso. A ressurreição como possibilidade reparadora exige a radicalidade da poesia: “ A Morte é agora. Nós somos o túmulo.” - dizia Rubem Alves apontando: “ enquanto os guardas da morte estão dormindo, o divino que mora em nós sai do sepulcro.” (https://rubemalvesdois.wordpress.com/...)

Pois bem: os guardas da morte não estão dormindo e ainda ontem mataram Maria Eduarda entre dois bandidos rendidos no chão. Os guardas da morte do Estado terrorista, machista e racista, contra as maiorias pobres não estão dormindo e o divino? mora em nós? nem não! “A morte é agora. Nós somos o túmulo.”

Não é preguiça de fazer teologia, não! é vergonha na cara, no corpo todo.

É verdade que os Evangelhos são formas de responder ao fracasso de Jesus. Um grande fracasso, um lindo fracasso, mas um fracasso. Jesus bandido bom bandido morto. Entender os Evangelhos como elaboração das comunidades de um projeto, de uma missão interrompida e fracassada, é importante mas não temos que correr para a ressurreição como uma resolução fácil. Ressurreição se houver será nas materialidades de um mundo novo, comunidades de iguais de revoluções necessárias. Agora, não! É a lida com o sofrimento sem razão, a morte do/a inocente a paixão e morte dos/as pobres, o enfrentamento do império o que temos diante de nós. Agora nós somos o túmulo.



quarta-feira, 5 de abril de 2017

Projeto na Trilha da Universidade na sua sétima edição inicia no dia 03 de abril 2017



No ano de 2017 o Projeto Na Trilha da Universidade, no seu quarto ano, inicia a sua 7a Edição, cerca de 500 jovens que foram envolvidos nestas trilhas por onde o Cajueiro e uma rede de parceiros tem construído com à juventude empobrecida.

O projeto visa capacitar jovens empobrecidos/as para o acesso a universidade e ao trabalho com dignidade, por isto, busca colaborar na visão de mundo, em uma leitura crítica, na construção de vínculos entre os jovens e no envolvimento destes sujeitos para a construção de uma sociedade mais justa e com direitos respeitados.

Nesta ano, iniciamos em janeiro, com reuniões de preparação do projeto, com educadores refletindo a partir das avaliações, o caminho do projeto em 2017. Decidiram por trabalhar a proposta em um ano, com possibilidade de acesso, em agosto de novos candidatos para o caminho da formação. Organizaram visitas nas comunidades e escolas, foi definido um panfleto e o uso das redes sociais para a divulgação.

A construção de um projeto pedagógico de modo coletivo com os educadores, tendo como referência os princípios da Educação Popular está sendo atualizado a cada edição. É uma opção para a sistematização do caminho trilhado.

Inscrição através das redes sociais online, realizada em fevereiro e março foram 243 jovens, vieram para a entrevista 102 jovens, muitos justificaram por trabalho, pelo horário, e outros porque havia sido chamados para algum curso dentro do processo seletivo. Foram selecionados 86 jovens, e iniciaram o projeto 60 pessoas.

Na abertura, uma aula especial sobre o projeto, estiveram presentes 80 pessoas entre jovens, parceiros, familiares e amigos dos jovens e do Cajueiro. Foi um tempo para escutar música, entender a situação donde estamos como país, com a ajuda do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), apresentação do projeto e do Cajueiro, fala de cada um dos parceiros.

Foi anunciado que a semana será dedicada para pensar o projeto de vida, serão rodas de conversas sobre algumas profissões, com o objetivo de colaborar na escolha dos cursos e, também, para que os jovens saibam alguns aspectos desta realidade das profissões.

Em todo o processo de seleção, matrícula e acolhida dos jovens contamos com várias pessoas associadas no Cajueiro, amigos e parceiros neste projeto. Este é um projeto que conta com o apoio de vários grupos: Centro Cultural Cara Vídeo, Programa de Extensão da PUC-GO ProAfro, dois grupos da Espanha: La Abuela e Promenor, Observatório Juventudes na Contemporaneidade, pessoas voluntárias que apoiam as aulas e atividades complementares.

Este projeto é coletivo. Ele deseja fazer diferença na vida da juventude. Se você também, acredita que juntos podemos construir um mundo melhor, deseja colaborar de algum modo, então nos procure. Pode enviar sua mensagem para centrojuventude@cajueiro.org.br pode participar como colaborador/a do SOU CAJUEIRO, fazendo sua doação mensal, semestral ou anual. Também, doar alimentos para o lanche destes jovens: poupa de frutas, bolachas, arroz, macarrão.... Entre nesta trilha.

Você pode conhecer melhor o Cajueiro CLIQUE AQUI 
ou visite nosso blog www.cajueirocerrado.blogspot.com.br ou nosso facebook centrocajueiro







domingo, 2 de abril de 2017

Grupo de Estudos de Educação Popular se encontra para o seu planejamento anual





O grupo de Educação popular já está em seu terceiro ano, depois da oficina de aprofundamento sobre o tema da Educação Popular e levantamento dos temas para o estudo em 2017, um grupo de 11 pessoas se encontrou para organizar o caminho do ano.
 
No dia primeiro de abril de 2017 o grupo de Educação Popular se reuniu no Cajueiro das 8:30 com um café da manhã até às 12:00. Às 9h, após a apresentação dos presentes, a Rita apresentou o vídeo La Luna e os participantes relacionaram a temática do vídeo com a Educação Popular. Os desafios apontados para a educação popular a partir da leitura do vídeo:
- observação, encantamento nas descobertas, troca de experiências, abertura para aprendizagem, beleza, exige riscos, emancipação, iniciativas.... um pequeno vídeo, muitas descobertas. Veja você também o vídeo e deixe o seu comentário.
 
Carmem ficou com a tarefa de comentar a história do Cajueiro. Ela recordou a organização e os projetos 2016 - 2020 e comentou o texto Uma memória dos 4 anos do Cajueiro.  
Em seguida as pessoas comentaram sobre a importância sobre as contradições da história e como a existência do Cajueiro é um sinal de esperança, podemos resistir diante de situações que parecem não ter saídas e manter fidelidade ao projeto de construção de uma sociedade justa. Se puderem ler o texto da memória dos 4 anos e deixar o seu comentário, agradecemos a participação.


 Às 10h iniciou-se as atividades do planejamento. Foram apresentados alguns temas chaves para o grupo, definidos a partir do primeiro encontro. Dividiu-se os participantes em três grupos para verificarem os temas abordados e se sentiam contemplados neles, podendo acrescentar, tirar e agrupar os temas propostos. Após definidos os temas, estabeleceu-se o calendário das atividades bem como os responsáveis por cada um deles, conforme apresentado a seguir.

DATA
TEMA
RESPONSÁVEIS
06/05
Análise de conjuntura
Ângela e Arilene
03/06
Educação popular: conceitos e memórias
Claúdia e Rita
01/07
Movimentos populares e educação popular
Ângela e Karla
05/08
Direitos humanos e educação popular
Carmen e Willy
02/09
Gênero, feminismo e educação popular
Karla, Kátia e Márcia
07/10
Pesquisa participativa
Eudilene, Gecineia, Flávia e Luciana
11/11
Sistematização
Carmen e Cláudia
02/12
Projeto Popular de Transformação
Arilene, Márcia e Rita

Caso você deseja participar deste grupo entre em contato conosco.