quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Urgência para retomar a Igreja dos pobres. Homilia de Jon Sobrino no Encontro do Pacto das Catacumbas









Nestes dias, refleti sobre o Pacto das Catacumbas, que há 50 anos cerca de 40 bispos assinaram neste lugar. Comprometiam-se pessoalmente a construir “uma Igreja pobre e servidora”. Dessa maneira, estavam acolhendo o grande desejo de João XXIII: que a Igreja fosse “uma Igreja dos pobres”. Na aula conciliar a ideia não prosperou, mas o Pacto das Catacumbas converteu-se no legado “secreto” do Vaticano II.

Hoje, nesta eucaristia, diante de Deus e reunidos como seu povo, quiséramos nos comprometer com a construção dessa Igreja, que é a única Igreja de Jesus. É a melhor maneira, e em última instância a única maneira, de recordar o Pacto das Catacumbas como é devido. E de renová-lo com a urgência necessária.

Após o pacto, houve um tempo de florescimento eclesial, e é bom recordar isso para ter fôlego em épocas difíceis: se a graça foi real, também hoje é possível. E continua existindo um grande pecado, para cuja erradicação devemos continuar sendo responsáveis e também estar dispostos a correr riscos. Pecado é em nossos dias Lampedusa, os refugiados que buscam sobreviver diante da eficaz indiferença da Europa. E pecado é a pederastia de padres e o carreirismo de altos eclesiásticos. Tudo isso o Papa Francisco recorda com vigor e rigor.

Mas é mais produtivo recordar a graça. É mais difícil, porque exige muito de nós. E é mais gozoso, porque o que aconteceu nestes 50 anos segue sendo uma boa notícia. Aconteceu em muitos lugares, mas me compreenderão se me centro no continente latino-americano.

Existiram bispos pais da Igreja, alguns deles mártires: dom Helder Câmara, Angelelli, dom Samuel Rui, Leonidas Proaño, Juan Gerardi. Existiram, menos conhecidas, mães da Igreja, leigas e religiosas, algumas delas mártires. Em El SalvadorMaría Julia Hernández, Marianella García Villa, Rufina Amaya, Silvia Arriola. Existiram comunidades de base, assim chamadas porque estão na base da sociedade de um mundo pobre, e comunidades indígenas que lutam por suas culturas. Existiram seminários e universidades que ensinam e promovem a libertação dos oprimidos. Existiu Teologia da Libertação e proximidade de Igrejas irmãs. Existiram muitos mártires, muito amor e muita entrega. E a Igreja se pareceu um pouco mais com Jesus.

Ao assinar o Pacto das Catacumbas os bispos tiveram simplicidade, lucidez e decisão. Gostaria de dizer agora o que, pessoalmente, mais me impactou daquilo que ajudou a produzir uma corrente episcopal.

1. O nós do pacto foi recolhido em Medellín

No Pacto das Catacumbas os bispos falaram de maneira muito pessoal. Não falaram para ensinar os fiéis, mas para falar uns aos outros. Chegaram a formar um “nós” existencial. E provocaram uma importante corrente eclesial.

Três anos depois, em Medellín os bispos disseram. “Um surdo clamor nasce de milhões de homens, pedindo a seus pastores – pedindo-nos – uma libertação que não lhes chega de nenhuma parte (Pobreza da Igreja, n. 2). E acrescentam o que não se costuma dizer: “E chegam também até nós as queixas de que a hierarquia, o clero e os religiosos são ricos e aliados dos ricos (n. 2). Esclarecem que às vezes se confunde a aparência com a realidade, mas reconhecem que há coisas que contribuíram para criar a imagem de uma Igreja institucional rica: as enormes construções, as casas de párocos e religiosos, quando são superiores às do bairro em que vivem; os carros próprios, às vezes luxuosos, a maneira de vestir herdada de outras épocas...

Esclarecidos os exageros, e falando em primeira pessoa, os bispos reconhecem o que realmente há nas queixas: “No contexto de pobreza e até de miséria em que vive a grande maioria do povo latino-americano, os bispos, sacerdotes e religiosos temos o necessário para a vida e certa segurança, enquanto os pobres carecem do indispensável e se debatem entre a angústia e a incerteza” (n. 3).

Reconhecem o distanciamento e desinteresse que os pobres ressentem. “Não faltam casos em que os pobres sentem que seus bispos, párocos e religiosos, não se identificam realmente com eles, com seus problemas e angústias, e que nem sempre apóiam os que trabalham com eles ou defendem sua sorte” (n. 3). Ressoa o Papa Francisco.
Estas palavras pensadas e detalhadas mostram que os bispos levaram a sério existencialmente, como pessoas e com grupo, o clamor dos pobres.

E também pressupõe as palavras iniciais de Medellín. “Existem muitos estudos sobre a situação do homem latino-americano. Em todos eles se descreve a miséria que marginaliza grandes grupos humanos. Essa miséria, como fato coletivo, é qualificada de injustiça que clama aos céus” (Justiça, n. 1).

O texto é de suma importância. Ao colocá-lo no começo de todo o documento, os bispos confessam o que está em sua mente e em seu coração. E chama fortemente a atenção que, sendo um texto escrito por bispos, crentes em Deus, amantes de Jesus e servidores na Igreja, suas primeiras palavras não sejam palavras religiosas, nem bíblicas, nem dogmáticas. São palavras sobre a realidade deste mundo; mais diretamente, sobre seu pecado. Mencionam aqueles que sofrem, e, por implicação, aqueles que cometem o sofrimento. O pecado maior é a “injustiça”. As palavras “clama ao céu” podem ser o equivalente ao termo espanhol “desorbitante”, mas podem ser entendidas também como no Êxodo 3, 9: “O clamor dos filhos de Israel chegou aos meus ouvidos”, disse Javé.

2. Dom Romero foi fiel aos pobres até o martírio

A mudança de dom Romero deveu-se substancialmente ao assassinato de Rutilio Grande, no dia 12 de março de 1977, em Aguilares. Ele é bem conhecido. Agora quero recordar sua total proximidade com os pobres, empobrecidos e vítimas.

No dia 19 de junho de 1977, dom Romero voltou a Aguilares, quando o Exército saiu do povoado após um mês de ocupação e após ter assassinado cerca de 100 camponeses. Recordo perfeitamente como começou sua homilia: “A mim cabe ir recolhendo cadáveres”. Foi duro com os criminosos e recordou-lhes as palavras da Escritura: “Quem com ferro mata, com ferro será morto”. No ofertório, apresentou a Deus as quatro religiosas que se ofereceram para substituir os padres expulsos de Aguilares. E os camponeses que, atemorizados, não foram à igreja, mas que podiam ouvir suas palavras pelos microfones: “Vocês são a imagem do Divino Transpassado... [Este povo] é a imagem de todos os povos que, como Aguilares, serão atravessados, serão ultrajados”.

Dom Romero preparava suas homilias pensando no povo sofredor. Ele disse isso em sua última homilia dominical, pouco antes de ser assassinado: “Peço ao Senhor durante a semana, enquanto vou recolhendo o clamor do povo e a dor de tantos crimes, a ignomínia de tanta violência, para que me dê a palavra oportuna para consolar, para denunciar, para chamar ao arrependimento, e, embora siga sendo uma voz que clama no deserto, sei que a Igreja está fazendo o esforço para cumprir a sua missão”.

E com esse povo comprometeu-se até o final. “Quero garantir a vocês, e lhes peço orações para ser fiel a esta promessa, que não abandonarei o meu povo, mas que correrei com ele todos os riscos que o meu ministério exigir de mim”.

Monsenhor Romero levou a sério a construção de uma Igreja, relacionou-a com o povo crucificado. A Igreja de Jesus é uma Igreja perseguida. Em um arrebatamento evangélico disse: “Alegro-me, irmãos, pelo fato de que a nossa Igreja seja perseguida, precisamente por sua opção preferencial pelos pobres e por procurar encarnar-se entre os pobres”. E em um arrebatamento maior confessou: “Seria triste se, em uma pátria onde se está assassinando tão horrorosamente, não contássemos entre as vítimas também os padres. São o testemunho de uma Igreja encarnada nos problemas de seu povo”.

Dom Romero foi um homem feliz. Em 1979, disse, no começo da homilia, ao diretor de uma delegação das Igrejas Irmãs dos Estados Unidos: “Quero que na sua volta expresse simplesmente o que viu e ouviu, e leve o testemunho de que com este povo não custa ser bom pastor; é um povo que impulsiona ao seu serviço... Mais que um serviço... significa para mim um dever que me enche de satisfação”.

No funeral que celebramos na UCA um pouco depois do seu assassinato, Ellacuría disse em sua homilia: “Com Monsenhor Romero Deus passou por El Salvador”.

3. Outro 16 de novembro, em 1989, em El Salvador foram assassinados seis jesuítas e duas trabalhadoras da UCA

Depois de Medellín, não apenas monsenhor Romero foi assassinado. Já mencionei no começo os nomes de homens e mulheres mártires. Também houve entre eles crianças e idosos. Permitam-me recordar agora os meus companheiros assassinados há 26 anos. Eles me fizeram pensar sobre o que é o cristianismo, a Igreja e a universidade. Por serem jesuítas sua recordação pode ajudar os religiosos e religiosas. E por trabalharem em uma universidade pode ajudar leigos e leigas.

Iluminam o cristianismo porque reproduziram de forma real, não na intenção ou na devoção, a vida de Jesus. Seu olhar dirigiu-se aos pobres, aqueles que, evidentemente, não dão a vida e vivem e morrem submetidos à opressão da fome, da injustiça, do desprezo e da repressão de torturas, desaparecimentos, assassinatos, muitas vezes com grande crueldade. Eram movidos por compaixão e “fizeram milagres”, colocando ciência, talentos, tempo e descanso, a serviço da verdade e da justiça. E “expulsaram demônios”. Certamente, lutaram contra os demônios de fora, os opressores, oligarcas, governos, forças armadas, e desses defenderam os pobres.

Não lhes faltaram modelos, Rutilio Grande e Monsenhor Romero. E foram fiéis até o fim, em meio a bombas e ameaças, com misericórdia consequente. Morreram como Jesus e engrossaram uma nuvem de testemunhas, cristãos, padres, religiosos, também agnósticos, que deram sua vida pela justiça. Estes são os “mártires jesuânicos”, referência fundamental para os cristãos e para qualquer pessoa que queira viver humana e decentemente em nosso mundo.

Foram fiéis à sua vocação e atualizaram Santo Inácio. Sua tarefa foi descer da cruz o povo crucificado, a libertação da opressão, especialmente aquela produzida por causas estruturais, e escolher o caminho da civilização da pobreza contra a civilização da riqueza, acumuladora e desumanizante.

Neste contexto, parece-me oportuno recordar um fato singular: os mártires da UCA nunca discerniram se era vontade de Deus permanecer no país, com riscos, ameaças e perseguições, ou abandoná-lo. Creio que nem lhes ocorreu pensar nisso. Agiram “sem duvidar nem poder duvidar” (Exercícios Espirituais de Santo Inácio, n. 175). Se nos perguntamos: “o que movia e atraía a vontade”, podemos dizer era “Deus nosso Senhor” comunicando-se à alma.

Mas creio que conhecemos as realidades históricas que os prendiam ao país: “o sofrimento do povo”, “a vergonha que seria abandonar o povo”, “a força unificadora da comunidade”, “a memória enriquecedora de dom Romero, de nove padres e cinco religiosas assassinados”, inclusive o fato de “ter-se acostumado à perseguição”. Penso que tudo isso movia a vontade e iluminava as decisões e o caminho a seguir. Deus não agia através de qualquer coisa, mas através daquelas que mencionamos.

Pe. Arrupe disse sobre eles que “estes são os jesuítas de que o mundo e a Igreja de hoje têm necessidade. Homens impulsionados pelo amor de Cristo, que sirvam seus irmãos sem distinção de raça ou classe social. Homens que saibam identificar-se com os que sofrem, viver com eles até dar a vida em sua ajuda. Homens destemidos que saibam defender os direitos humanos, até o sacrifício da vida, se for necessário” (19 de março de 1977, uma semana depois do assassinato de Rutilio Grande).

Com os jesuítas morreram assassinadas duas mulheres: Julia Elba Ramos, 42 anos, cozinheira de uma comunidade de jovens jesuítas, pobre, alegre e intuitiva, e trabalhadora toda a vida. E sua filhaCelina, 15 anos, ativa, estudante e catequista; ela, com seu noivo, tinha pensado em comprometer-se em dezembro de 1989. Ficaram para pernoitar na residência dos jesuítas, pois ali se sentiam mais seguras. Mas a ordem foi “não deixar testemunhas”. Nas fotos pode-se ver a tentativa de Julia Elbade defender sua filha com seu próprio corpo. Elas são o símbolo do povo crucificado, inocente e indefeso.

Uma última reflexão. Dos mártires da UCA, alguns foram mais parecidos com dom Romero, os jesuítas. Outros foram mais parecidos com o povo crucificado, as duas mulheres. Olhando para todos eles e elas em seu conjunto, podemos dizer que com eles e elas Jesus e seu Deus passaram por este mundo carregando a cruz. Mas também devemos dizer que, contra toda aparência, neles e nelas passou o Deus da salvação. Foi o que escreveu o Pe. Ellacuría com rigor científico. Eu, por outro lado, escrevi: “Fora dos pobres – e das vítimas – não há salvação”.

4. Os mártires trazem salvação

Recordamos mártires. Sua vida e sua morte são de grande dureza, e por isso minhas palavras podem soar fortes. Mas também é verdade que para eles se dirigem as bem-aventuranças de Jesus. E que para nós são – podem ser – uma bênção: animam-nos para nos entregar aos outros e a ter esperança, ânimo que não se encontra, com essa força, em nenhum outro lugar, nem na liturgia nem na atividade da academia.
Os seis jesuítas da UCA nos levam em sua fé, Julia Elba e Celina nos levam na sua, mas de maneira diferente. Eu, pelo menos, não posso entrar até o fundo em seu mistério. Mas Deus, sim, o conhece e elas – Deus sabe como – nos levam a Deus.

E contra toda ciência e prudência, os mártires geram esperança. Milhares de camponeses pobres, com familiares mortos, juntam-se na véspera do dia 16 de novembro na UCA para celebrar uns com os outros, rezar e cantar. Jürgen Moltmann o teorizou muito bem há alguns anos: “nem toda a vida é ocasião de esperança, mas sim o é a vida de Jesus, quem, por amor, tomou sobre si a cruz”.

Para terminar, quero agradecer ao Papa Francisco que esteve novamente se mexendo nas catacumbas. À sua maneira, com humor e simplicidade, com dureza e com carinho. Quer reformar a Igreja. Ajudemo-lo, não apenas aplaudamos.
dom Luigi Bettazzi, um grande abraço. E o agradecimento dos salvadorenhos a quem nos ajudou nos anos difíceis.

E aos mártires, que descansem em paz. Que sua paz nos transmita a esperança, e que sua recordação não nos deixe descansar em paz.

Quarta, 25 de novembro de 2015
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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A geração Bataclan - Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs






Tem em comum a juventude e a jovialidade exuberantes, em plena flor, ao lado de uma enorme vontade de divertir-se. Em lugar de arquitetar planos de médio e longo pazo, procura viver de forma intensa e total o presente, desfrutar tudo o que contém o “aqui e agora”. Conciente ou não, recicla o carpe diem. Estabelece relacionamentos, sem dúvida, mas em geral evita fazê-lo de forma duradora ou comprometedora. Melhor estar livre para eventuais e inesperadas oportunidades.

Muitos a batizam como “geração dos botões”, “geração.com” ou “geração online”. Junto com os primeiros passos e as primeiras palavras, familiarizam-se rápida e facilmente com os aparelhos eletrônicos, absorvem de imediato as inovações tecnológocas da informática, e passam horas navegando diariamente pelo oceano ilimitado da Internet. Não ignoram os embates e dificuldades do mundo real. Às vezes até os sofrem de modo mais vívido, amargo e agudo. Mas são, antes de tudo, cidadãos de uma pátria virtual e sem limites.

Daí seu pouco engajamento em um patriotismo exacerbado ou em um nacionalismo a ser defendido com unhas e dentes. Nada disso! Trata-se, antes, de uma geração maciçamente urbanizada, constituída de distintas etnias e nacionalidades, cosmopolita, aberta ao que chega dos quatro cantos do planeta e à diversidade. Tolera, convive e mistura-se com outros rostos, outros povos, outras culturas – permeável a novos valores e novas ideias. Além da pátria virtual em comum, pouco a pouco erguem as bases de uma conviavilidade plural, flexível, leve, mesclada e ansiosa por novas decobertas.

Simboliza tudo o que não pode suportar o fanatismo e o rigorismo ético-religioso! O funtamentalismo ou totalitarismo, político, ideológico ou religioso, se nutre de duas ou três “verdades absolutas”. A partir destas, com o dedo em riste e a língua cortante como faca afiada – quando não com punhos, gritos e armas – passa a aniquilar toda e qualquer forma de crítica, interpretação ou visão diversificada. Cultiva um ódio visceral ao pensamento livre e aberto, bem como à variedade de costumes e modos de ser. Interna e externamente, o uniforme, a disciplina e a rigidez militar são-lhe marcas registradas. Idolatra um deus igualmente rígido, pesado, inflexível e implacável no julgamento. O outro, o diferente e o estranho é por princípio “infiel” e deve ser pura e simplesmente eliminado.

O encontro informal, a diversão sadia e saudável, o prazer de estar juntos; a música, a luz e a dança; a descontração e o jogo entre os sexos – tudo isso está definitivamente proibido. Não o tolera o deus juiz, sério e sisudo, isolado e intratável, distante mas vigilante. De seu tribunal celeste, em lugar de amor e misericórdia, emana uma série de “nãos”, interditos à alegria e à convivência solidária, amiga, humana e fraterna. Daí a “ordem” irrevogável de acabar com essa algazarra do “Bataclan”, ao mesmo tempo lugar e símbolo da cidadania sem fronteiras de uma sociedade multi-cultural e pluri-étnica.

Certo, à “geração bataclan” falta talvez o confronto recíproco entre distintas visões de mundo. Falta o diálogo lento, difícil e laborioso com outros saberes. Mas pelo menos mantém uma convivência pacífica com outros credos, bandeiras e línguas, rompendo barreiras históricos. Diferentemente da juventude das décadas de 1960, 70 e 80, embalada pelo rock and roll e pelas revoluções – a atual cultiva pouco os ideais de ordem social, política ou ideológia. Prefere as campanhas humanitárias de curto prazo, imediatas e iluminadas por uma chama viva, súbita e forte, mas que tende a extiguir-se com igual rapidez. Geração solidária e entusiasmada, com a marca da juventude, mas alheia a laços eternos.

Certamente tem algo a ver com o que Bauman chama de “modernidade líquida” ou o que Lepovietsky denomina “império de efêmero”. Tudo que líquido e efêmero, porém, tem seu lado positivo: descortina horizontes inéditos em direção a um novo conceito de pátria e de cidadania.
Roma, 19 de novembro de 2015

Imagens do Dia Nacional da Juventude de Goiás - Lourival e da Escola de Educadores de Manaus.