Conheça a síntese da experiência do Fórum Social Mudial 2016+15
Porto Alegre foi o palco de encontro dos
movimentos sociais e de diversas experiências do campo e da cidade durante os
dias 19 a 23 de janeiro/2016 para Fórum Social Temático 2016 + 15 anos, que teve objetivo de realizar um
balanço, desafios e perspectivas na luta por outro mundo possível e a
importância da articulação entre as diversas pautas como principal estratégia
de resistência e transformação social.
Os principais temas abordados ao longo do fórum, durante
oficinas e nas atividades autogestionárias foram: juventudes, direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras, das, das mulheres, dos negros e negras, da
população LGBT, indígenas, quilombolas, luta do povo palestino, luta pela
democratização da comunicação, mobilidade urbana, direito à moradia, direito a
educação, economia solidária, educação popular, luta antimanicomial entre
outros. Foi lembrada também a tragédia ocorrida em Marina (MG) com o rompimento
da barragem da mineradora Samarco (Vale e BHP). Vale
destacar que os debates do Fórum Social Mundial foram fundamentais para
questionar essas questões e provocar os participantes para “um
outro mundo possível”, os quais foram:
· Debate da Globalização, Desigualdade e Crise Civilizatória – com a presença
ilustre do sociólogo Boaventura de Sousa
Santos (Coimbra/Portugal);
·
Direitos Humanos, Diversidade e
Pluralidade - Maria
do Rosário (Deputada Federal PT/Rio Grande do Sul/Brasil),Peninha (Movimento
População de Rua – Brasil), João Padilha (Kaigank – Comunidade Borboleta);
· Juventudes:
Resistência e Luta por Direitos e
Democracia – com a presença de Tico Santa Cruz (ativista e artista – Banda
Detonautas/Brasil), Carina Vitral (Presidente da UNE/Brasil), Gabriel Medina (Secretaria
Nacional de Juventude/Brasil);
· Democracia Econômica
- Boaventura de Sousa Santos (Coimbra/Portugal),
Paul Singer (Secretario Nacional de Economia Solidária - SENAES/Ministério do
Trabalho, Emprego e Previdência Social/Brasil), Maria do Rosário (Deputada
Federal PT/Rio Grande do Sul/Brasil), Joaquim Melo (Banco
Palmas/Fortaleza/Brasil).
·
No último dia
aconteceu a Assembleia dos Movimentos Sociais, e construiu de forma coletiva todas as propostas e moções em forma de Carta do Fórum Social Temático 2016 que estará
disponível no site do evento: http://forumsocialportoalegre.org.br/forum-social-mundial/
O Centro-Oeste brasileiro
esteve com uma delegação de 40 educadores/as populares que participaram do
Curso de Formação de Educadores/as de Educação de Jovens e Adultos e Economia
Solidária, uma das atividades do FSM uma realização do Centro de Formação em
Economia Solidária, convênio entre a SENAES e a ECO-CUT. O curso foi espaço de
troca de saberes dos educadores/as e teve assessoria do Prof. Richele Passos
(UNEMT/Brasil) que nos provocou sobre nossa reconciliação com as coisas do
planeta, e que nascemos originais e que ao longo do caminho nos tornamos cópias
uns dos outros. Que nos encheu de esperança que somos seres de PALAVRA, que a
palavra que nos diz que o SABER é um ato
do criador.
Durante o FSM, foi marcante e importante a
presença do sociólogo e professor Boaventura de Sousa Santos, da Universidade
de Coimbra e da Universidade Popular dos Movimentos Sociais (Upms), que avalia
que foi importante a realização deste fórum diante da atual conjuntura global:
“saímos daqui com muito mais força, mais seguros dessa força e mais conscientes
dos perigos e das dificuldades, dos obstáculos e dos inimigos contra quem temos
que lutar”. Ele fez um balanço desses 15
anos, e diz que o FSM surgiu em um tempo de esperança. “Estávamos no único
continente onde era possível se falar em socialismo do século 21”, disse, se
referindo a onda de eleições de governos progressistas que ocorreu na América
Latina no início do século. E destacou que uma das vitórias do FSM foi
sustentar e articular os movimentos sociais que foram a base das políticas
sociais desses países.
Boaventura relembra que em 2001 “fazíamos lutas
ofensivas”, um contraponto ao Fórum de Davos, buscando construir uma simetria
de forças entre o mundo real, neoliberal, o “outro mundo possível”. Essa
simetria não se sustentou: “Em 2016 fazemos lutas defensivas”, disse. Ele
avalia que, depois que os movimentos populares chegaram ao poder, “concluíram
que tinham um amigo no governo e descansaram”. “É preciso defender, mas a
melhor maneira de defender é atacar”, disse.
O FSM 2016 reuniu cheiros,
sabores e saberes. E é "com cheirinho de alecrim" como disse
Boaventura que finalizo com algumas das falas fortes que ficaram marcadas como:
"o Brasil está perdendo a imaginação política, que é a capacidade de
reconstruir a realidade. " - "Precisamos nos reconciliar com todas as
coisas do planeta" - "Animalidade" - " precisamos resgatar
a humanidade dentro de nós" - "somos PALAVRA, somos VERBO e somos CARNE" - "não podemos nos
silenciar" - " o que cremos que quem esta do nosso lado esteja
realmente do nosso lado e que tome medidas que não nos envergonhe" -
"agressividade do capitalismo" - " o capitalismo não está
sozinho., ele está junto com o racismo, o machismo e o sexismo".
"Dilma tem que saber que o povo não é estúpido". "seu dotor não
se engane o manicômio não e humano" - "Fica Dilma e SENAES" – “LIBERDADE
- FRATERNIDADE E IGUALDADE”.
Foram
dias de muito aprendizado com pessoas que fazem acontecer outro modelo desenvolvimento
em seu território e que luta pela garantia de direitos universais. Que venha em agosto de 2016 no Canadá um Fórum
Social Mundial com grande participação para aprofundar os debates e reforçar
nossas esperanças vivenciadas em Porto Alegre/RS que um outro mundo é possível.
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