terça-feira, 11 de agosto de 2015

Padre Alfredinho - 15 anos de sua Páscoa - testemunhos de Tonny e de Zé Vicente


Nós do Centro de Juventude Cajueiro nos juntamos ao Tonny e ao Zé Vicente para prestar uma homenagem ao Padre Alfredinho. Homem dos pobres que assumiu na sua vida a opção pelos pequenos.

Escreve Tonny (dos Cálices)

Pe. Alfredinho

15 anos de sua Páscoa.
Missionária francês da Congregação Filhos da Caridade, fundador da "Irmandade do Servo Sofredor", morou por 20 anos em Crateús-CE, depois mudou-se para a favela Lamartine em Santo André-SP, onde viveu a partilha, o compromisso com os pobres que eram "os seus mestres" até os últimos dias de sua vida.
Neste dia 12 de agosto de 2000, estávamos participando do Retiro da Irmandade do Servo Sofredor, na Paróquia São Geraldo Magela, numa noite de sexta-feira. Alfredinho estava internado se tratando de um câncer, e recebemos o comunicado de sua páscoa/passagem.

Ficamos em vigília e velando seu frágil e pequenino corpo, mas nos enchendo de sua força e profecia, partilhada por tantas pessoas que conviveram com ele, e dele aprenderam a ser um pouco mais humano, solidário e comprometido com a vida do povo.

Na tarde do sábado dia 13 seguimos numa grande procissão, com uma multidão de pessoas vidas de tantos lugares para prestar sua homenagem a este Profeta dos Podres.

O enterro, foi uma momento lindo, com muitos cantos, orações, textos do Profeta Isaías, os 4 Cânticos de Javé gestuada por grande parte das pessoas presente: "Que é esse servo?: É o preferido...; A missão do servo; A paixão do servo, ", .

A multidão cantava: "Torne-se Luz, Torne-se Luz, Fazes brotar Flores de sua Cruz".

Comentário de Zé Vicente, compositor e cantor


 Eu convivi com um bem-aventurado, só pra não usar a expressão tão batida: "Santo"! Essa frase salta de meus lábios cada vez que as imagens e testemunhos sobre Alfredo,estão diante de meus olhos. O conheci em 1974,em Crateús, daí até 1990,quando saí da cidade,depois de dez intensos anos de convivio, bem próximo,com brincadeiras (ele era um brincante, um molequinho,daqueles que plantam bananeira diante do Pai Divino...),caminhadas pelas estradas poeirentas do sertão, emoções e orações, nos seus jejuns etc.etc. Depois o visitei na Favela Lamartine,Santo André-SP,onde foi viver. Partilhou comigo muitas coisas,incluindo a velha e conhecida sopa de legumes,com marcarrão. Na despedida, um abraço longo, lágrimas e uma confissão dele: " estou meio que num exílio!" Não entendi direito e nem quis ousar perguntar o porquê. Afinal essas decisões,envolvendo bastidores de Congregações,de Clero, pra nós leigos,o melhor é mantermos prudentes "desinteresses". Na última visita,quando fui gravar o disco "Nas horas de Deus,amém", um mês antes de sua páscoa, em 12 de agosto de 2000. Fui ve-lo. Ele pediu pra ficarmos um instante sozinhos.Perguntou por nossa gente do sertão, se eu continuava indo a Crateús, como foi a gravação do CD nas Paulinas,disse que não acreditava que desse tempo pra eu chegar até ali, na Paróquia São Geraldo. Ao final, partilhamos uma maçã que estava num prato e ele declarou, me olhando firme,num misto de pedido e ordem: " Nunca deixe de seguir esse caminho de cantar a esperança dos pobres!" Chamamos as pessoas que estavam com ele e juntos,cantei com elas, em primeira mão: "Nas horas de Deus, Amém!" E então parti com o coração partido,de volta pro sertão que ele tanto amou. Em tempo: nos dias 17 e 18 de setembro a Coordenação da ISSO - Irmandade do Servo Sofredor - nos visitará na Casa Mãe,do Sertão Vivo - Ceará, para o planejamento de sua Romaria,marcada pra janeiro de 2016,em Juazeiro do Padim Cícero. É Alfredinho, vamos teimando na esperança que pulsa no coração dos simples,dos pobres... Valeu,irmão Tonny,por nos trazer esta sagrada lembrança de amor.

Um comentário:

  1. Lindo essa mensagem. Alfredinho, ontem, hoje e sempre com nosso Amado Senhor.
    Saudades dos poucos momentos que passei com esse Servo Sofredor.
    Saudades do Povo da Irmandade..
    Nestes momentos de Travessia a Esperança deve predominar em nossos corações.
    Felipe Silveira

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