quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Célio Amaro, padre passionista, faz seu testemunho sobre a Pastoral da Juventude em sua vida



 Muito bom, humorado, sensível a memória de Célio Amaro, padre passionista, membro do Cajueiro. Leia a seguir:

Viver a Pastoral da Juventude é uma grande alegria! Lembro-me dos primeiros convites para participar dos grupos de jovens. Na verdade, naquela época, ainda não sabia muito bem o que era Pastoral da Juventude. Mas a proposta da PJ me provocada grande fascínio. Quando escutava os testemunhos daqueles/as que já participavam, ficava “vidrado”.

Ao participar dos primeiros encontros, cursos e assembleias, sentia-me empoderado para discutir ideias e projetos. Meu mundo se ampliava de forma surpreendente.
Nesta caminhada, agradeço quem me ensinou “grandes palavras e conceitos”: metodologia, mística, processo grupal, Reino, conjuntura, estrutura, praxis... que aos poucos foram nos colocando do mesmo lado.


Recordo-me das inúmeras vezes que chegava para os cursos e, logo na entrada do local, encontrava uma banca de livros. Era fantástico! Ainda mais porque na minha cidade não tinha biblioteca, nem livrarias. Ali tive acesso a pessoas que até hoje direcionam a minha vida e princípios: Paulo Freire, Boran, Clodovis e Leonardo Boff, Hilário, Guareschi, Houtart, Chaui e tantos outros homens e mulheres que nos ensinaram a ser gente boa, honesta e inteligente.


Aprendemos a “afinar os ouvidos” para escutar músicas boas: Milton, Chico Buarque, Mercedes Sosa, Pablo Milanez. Victor Jara, Violeta Parra, Elis, Vandré... Era ainda época de fita e vinil. Quem adquiria fazia questão de multiplicar regravações (certa vez pedi ao Rezende e Marora para regravarem uma coletanea. Junto gravaram o trio “Dimiranda, Dimiroso e Diferente”. Prefiro não comentar rsrsrsr). Ouvir tanta coisa bonita era evangelizar!


Nas caminhadas jovens, reuníamos 4, 5 mil pessoas. Isso era para nós celebrar a nossa Terra Prometida. Numa sociedade onde aos pobres restava-lhes apenas escutar, ali segurar um microfone e falar era um gesto histórico de empoderamento.


Outro gesto de empoderamento foi a entrada de muitos de nós nas faculdades e universidades. E fizemos a diferença! E a ousadia foi tanta que muitos “trocaram de lugar” e hoje são professores, coordenadores, diretores... nosso mundo cresceu e crescemos com ele. Aprendemos ainda a ocupar espaços na política partidária e em outros segmentos organizados.


E se alguém perguntar se ainda temos motivos para nos encontrar, a resposta será afirmativa: SIM. Essa história nos uniu por um laço eterno de amizade, cumplicidade e cuidados. Laço de irmandade.
Portanto, sempre que apertar a saudade, lá estaremos nós numa roda de conversa. Não necessariamente conduzidos por Maia ou Araguarina...


Célio Amaro, padre da congregação dos passionista, neste mês vocacional ele nos convoca para a vida em grupo, para participar e organizar uma Pastoral da Juventude que fez e faz diferença na vida da juventude. Foi provincial, assessor do CEBI. 
Fotos internet - celebração ecumênica, com as pastoras.

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