“Quem sabe isso quer dizer
amor
Estrada de fazer um sonho
acontecer”
Milton Nascimento
Águas Lindas de Goiás, Junho de 2015.
Nesse final de semana pude senti a
energia de jovens que são profetas e profetizas do reino. E veio em minha
cabeça uma única frase: Vale a pena sim fazer Pastoral da Juventude hoje!
Respondendo uma provocação feita há aproximadamente seis meses no XI ENPJ. Cada vez que visito os grupos sinto a força
disto. Essa força que nos motiva a construir a Civilização do Amor. Que nos faz
cruzar o DF para poder sentir os grupos de Sobradinho e Planaltina. Dois grupos
cheios de vida, de esperança e de profunda profecia. Um com o desejo da novidade,
e o outro com anos de caminhada. Cada qual com suas singularidades. Um mais recente,
buscando conhecer sobre esse jeito de ser igreja jovem. O outro com a resistência
que os anos lhes ensinaram a ter. Num solo árido, de contexto eclesial difícil,
ainda sim há tantos/as jovens dispostos/as a florescer. A ser uma igreja pé no
chão, missionária e em comunhão com a realidade. Há tantas vidas dispostas a
dar suas vidas por grandes causas. A ter sonhos, a lutar pelo que acreditam, a
ser jovem sem medo de amar e vivenciar esse amor. Como uma das jovens partilhou: “A PJ é como um amor. Como você vai
explicar um amor? Não dá. Um amor a gente não sabe explicar”. E foi isso
que eu vi nos olhos de cada um/a.
Ouvir coisas do tipo: “Na PJ eu aprendi mais coisas sobre a
sociedade, do que na escola”. Ou: “É
lugar onde eu posso falar dos assuntos que eu sempre quis conversar.” E até
os mais apaixonados dizerem: “É o lugar
da felicidade, onde partilho meus sonhos. “É o lugar que me encantei e quero
que mais jovens se encantem também.” Ouvir as histórias que levaram cada
jovem a fazer parte dessa pastoral foi simplesmente maravilhoso. Foi lindo ver
como esse jeito de ser e de fazer dá certo. Como isso realmente faz a diferença
nas nossas vidas, na vida dos/as jovens. E o como é bom poder partilhar tudo
isso. Saber que alguém lá do outro lado desse “quadradinho” também sente as
dores e alegrias de ser Pastoral da Juventude nesse cerrado. Onde mesmo com
tempo seco e solo árido, estabelecem raízes bem resistentes que agüentam tempos
difíceis de rigoroso inverno. Resistem a “lógica de mobilidade” segregacionista
do DF, resistem a decretos de proibição, resistem aos setores de juventude que
insistem em não reconhecer nossa existência, nosso jeito, nosso protagonismo. Ainda
sim resistimos! Ousamos ser juventude, com nossas alegrias e angustias, quando
uma parcela da sociedade quer nos exterminar. Ousamos defender a vida de tantos/as
outros/as jovens, enquanto um Congresso conservador tenta encarcerar. Ousamos sonhar
com outro mundo possível, onde tenhamos voz, vez, lugar. Ousamos lutar para que
mais grupos de jovem floresçam nas outras cidades satélites e sejam espaços de
acolhimento e reflexão. E assim seguimos nossa caminhada. De uma igreja em saída,
como diz Papa Francisco. De ir ao encontro e poder se surpreender com tanta
gente que faz acontecer.
E sabe aquelas coisas que ficam no
coração? Seja pela memória ou pelo afeto? Essas coisas precisamos registrar.
Seja com fotos, com palavras, com a música, para que outras pessoas saibam
também o que sentimos,experimentamos, vivenciamos. Por isso escrevo essa carta,
para tentar expressar em palavras como tem sido bom fazer as visitas aos
grupos.
Gratidão
por esse final de semana, por essas pessoas, pela vida que pulsa em cada grupo.
Isso só reafirma uma coisa: vale a pena sim fazer Pastoral da Juventude hoje.
Cada dia tenho mais certeza disso. E o grupo de jovens é realmente o lugar da
felicidade!
Do
entorno de Brasília, sigamos juntos na comunhão pela vida.
Um abraço, Gilmara.
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