quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Desafios para criar e fortalecer redes de proteção à VIDA - organizador Luis Duarte

Quando se tratar de criar Redes de Proteção à vida muitos desafios são postos às pessoas, grupos e organizações que assumem essa causa. Abaixo, apresenta-se a síntese dos principais desafios elencados por mais de 100 participantes do Seminário do Bem Viver – Tecer Redes de Proteção a vida.

Um dos grandes desafios é garantir processos de estudo e formação sobre diferentes culturas; realidades dos povos; mecanismos para efetivação de direitos; linguagem a ser utilizada com os diferentes interlocutores; metodologia para o trabalho; e diálogo intergeracional, interreligioso e intercultural (22). Associado ao desafio da formação está a formação das pessoas (15) que trabalham com Redes de Proteção à vida.

Há também o desafio de ampliar a participação das pessoas e da sociedade tanto na construção de redes, quanto no acompanhamento ou no controle social. Falta

m pessoas dispostas para o trabalho em Redes de Proteção à vida (11).

Superar e erradicar o individualismo (24); o consumismo (7); o conceitualismo (1);  a despolitização (2); a metritocracia (1); a criminalização dos movimentos sociais (3); o egoísmo (4); o clericalismo (1); o messianismo (1); o imediatismo (3); o vitimismo (1); o derrotismo (1); a polarização (4); o patriarcado (2); o racismo(1); o machismo (2); o conservadorismo (4); o tradicionalismo (1); o comodismo(2); o (neo)colonialismo (5); o punitivismo (1); e o capitalismo (14) é uma tarefa urgente. E esta não se efetivará sem que haja um enfrentamento ao atual (des)governo (fascista, racista, autoritário e genocida) e seu projeto de morte (18).

Nesse sentido é preciso garantir processos de construção, efetivação, monitoramento, acompanhamento e execução de Políticas Públicas (34) que garantam os direitos dos povos e a democratização.

Não haverá outro mundo possível sem a superação da violência (18) que fere e ceifa a vida de negros/as, jovens, mulheres, LGBTQIA+, povo do campo, indígenas, pobres e das demais minorias. Fica mais que evidente a necessidade de defender a vida sobretudo daqueles que hoje a têm ameaçada seja pela negação de direitos seja pelo próprio sistema social ou pela retirada de direitos (116). É preciso ainda garantir que haja justiça social (2) e que se repense a relação da humanidade com a natureza (4).

Para construir Redes de Proteção à vida é preciso resgatar a coletividade (20) em vista de projetos que alterem as estruturas sociais, firmem parcerias e reduza o ativismo e sobrecarga. Resgatar a coletividade passa também por unir as diferentes Redes, trocando saberes e experiências exitosas; fortalecendo nossa capacidade de diálogo e de acolhida. E coletivamente é preciso aprofundar o planejamento da ação, para que a mesma seja mais eficaz e gere processos mais emancipatórios (5). Coletivamente as instituições e Redes poderão encontrar caminhos para fortalecer a Educação Libertadora e libertária (4) e garantir a sustentabilidade da ação (4)

Obviamente os desafios e impactos da pandemia e do isolamento social (4) afetam muito. E todo o cenário de morte no país causa desesperança. Mas, é preciso manter viva a esperança (10) para assim fortalecer e assumir a cultura e o modo de ser, estar e viver do Bem Viver (6). Lembrando sempre que garantir o bem viver é cuidar da memória (5) pessoal, coletiva e social.

Os desafios aqui citados são alguns de uma gama maior e complexa que se apresenta. Mas e apesar deles, a tarefa de tecer de proteção à vida é urgente e necessária.

* Os números que aparecem nos parênteses se referem a quantidade de pessoas que disseram sobre o mesmo tema.

** A síntese do Seminário Bem Viver - Tecendo Redes de Proteção à vida realizado de maio a setembro de 2020, organizado pela Rede Caminho de Esperança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário