quinta-feira, 5 de junho de 2014

E o sonho me ensinou uma decisão....



Escolhi aprender ser missionária leiga ao longo dos meus 42 anos de idade. Desde os celebres 30 anos de idade, me surpreendo pensando onde quero gastar meus anos de vida? Em que me dedicar e fazer o que me faz feliz, que me faz mais humana e mais divina também?!

Passei um bom tempo me dedicando ao trabalho com a juventude. Foram bons e frutuosos anos de formação integral, de acompanhamento e de assessoria às juventudes e aos seus grupos que acreditam e fazem a construção do Outro mundo Possível.

Do meio desse povo viajei contra o destino, mas a favor da corrente. E quem me conduziu não foram meus braços e pernas, são forças que refiro desconhecer... ‘É estranho quando o coração mora na nossa cabeça!’

Vim parar em Moçambique. Lugar de gente de longe, gente de raça, gente que nunca foi gente. O que fiz foi sair da minha própria vida para entrar nesse “ovo do tempo”. Lugar de aldeias tão longe do mundo e, às vezes, dá a sensação que de Deus também... Lugar onde aprendi que toda terra pequena tem braços grandes. Esses braços me abraçaram...

Vivo no norte de Moçambique, no distrito de Mecuburi - província de Nampula. Em todo o distrito de Mecuburi há um contingente de 150 mil pessoas, vivendo como o governo permite. O desenvolvimento econômico e social está ainda com uma certa morosidade. Mas, é possível conviver com os produtos dos anos 2.000, como aparelho celular e motos!

Aqui me dedico prioritariamente à educação. Estou diretora de uma Escola Profissional Familiar Rural. Um projeto assumido pela arquidiocese de Nampula e está sobre a responsabilidade dos Missionários da Sagrada Família, que por sua vez confiaram à mim a direção dessa escola. Como dizemos no Brasil: “Caminho se faz caminhando”. É isso que estou fazendo neste tempo de voluntariado e missão nessa parcela do País.

A Escola faz parte do movimento das Escolas Familiares Rurais de Moçambique. No País são 15 e nesta região do norte somos em 4 escolas. Em Mecuburi já estamos no 3º ano de funcionamento e atendemos atualmente 74 adolescentes e jovens, que são camponeses como seus pais e mães.

Todo nosso esforço e dedicação está para contribuir com o desenvolvimento local, através da formação integral que a Pedagogia da Alternância propõe. A escola funciona com internato e área de produção. Os formandos/as estudam 15 dias na escola e 15 dias vão para as famílias para praticar em suas ‘machambas’ (terras de plantio) o que aprendem na escola. A missão da escola é oferecer técnicos agropecuários básicos para a comunidade e que este/a possa fortalecer e melhorar, nas suas localidades, as técnicas tradicionais da agricultura e pecuária com as técnicas mais atualizadas aprendidas na escola.

Há um bom resultado dessa junção e, graças ao empenho de muitas ajudas, as famílias podem melhorar suas machambas e assim minimizar a fome quando chega e garantir um sustento para família ao longo do ano.

É bom ressaltar que esse modelo de escolas, com a Pedagogia da Alternacia, estão no mundo todo. No Brasil a chamamos de “Escolas Agrícolas”. Contudo, o desafio é que a estrutura em Moçambique não consegue alcançar as condições que o Brasil oferece. Aqui no norte de Moçambique há que se considerar algumas dificuldades:  o solo é arenoso, há falta de água e as condições de trabalho como ferramentas e outros maquinários é muito escassa, o quadro de funcionários/as não é suficiente.

O Estado assume a contratação de formadores. Porém o compromisso assumido pelo Estado não é cumprido. Ele não consegue enviar formadores suficientes para o projeto. Estamos trabalhando com os formadores que temos. A escola precisa de 9, contudo temos somente 6 formadores. Além disso, estamos pleiteando um transformador para que a energia elétrica venha para escola. O Estado mais uma vez não consegue atender.  Assim sendo, vamos buscando alternativas, das mais diversas, para deixar os formandos/as sem aulas e garantir à essas pessoas direito o conhecimento e a formação, em vista de melhorar a condição de vida.

A nossa escola recebe ajudas dos principais financiadores que apoiam o movimento. São duas ONGs internacionais, contudo depender somente de duas fontes financiadoras para um projeto com este compromete a qualidade e a continuidade da proposta que é tão importante para essa realidade sofrida.
Neste sentido, a ideia de recolher algumas doações com vocês é para garantir, sobretudo o funcionamento cotidiano, por exemplo, a alimentação desses formandos/as. Aqui em Moçambique o real tem um valor significativo. Para saberem, 1 Real equivale a 15 medicais ou 1 dolar equivale a 30 meticais. Portanto, qualquer quantia enviada será de grande ajuda!

Pensei em organizar as prestações de contas a partir do que fazemos por aqui. Enviaremos relatórios, fotos e vídeos. Enfim, outras informações e duvidas vão nos  fazer conversar novamente! Estou a disposição. Se tiverem oportunidade acessem nossa pagina do Facebook: https://www.facebook.com/EPFR.Mecuburi?fref=ts

Desejo que possam conhecer essa realidade pessoalmente e perceberem como é gratificante conviver com esse povo, que apesar da total ausências de direitos, são capazes de sobreviver, plantar o pouco que come e ainda estar sempre com o largo sorriso de acolhida todas as vezes que nos encontram.
Só posso afirmar: Uma experiência que muda o rumo da vida!

Desde já um grande e forte abraço de agradecimento carregado de África e Brasil!
Edina Lima

Nossa campanha de doação OUTUBRO MISSIONÁRIO - Veja como ajudar o projeto em Moçambique. Edina Lima é a Diretora. Responsável pela campanha - Regina Marta. Banco Itaú - Regina Marta Pereira Morais. CC: 09451-0 Ag: 46442 informações - reginamartamorais@hotmail.com ou centrojuventude@cajueiro.org.br.
ORGANIZE A CAMPANHA ENTRE AMIGOS/AS OU ESCOLAS - Quem puder entregar no local - Centro de Juventude Cajueiro na Rua 83, 361. Setor Sul - Goiânia~Goiás. 


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