Contexto, compreensão e pedagogia de ação com
juventude: na
proximidade da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, o Bispo e os
padres da Diocese de Erexim viveram curso anual de formação permanente sobre a
juventude, com assessoria da educadora e pastoralista de Goiânia, Carmen Lúcia
Teixeira, de segunda a quarta-feira desta semana, no Seminário de Fátima.
Ex-assessora da CNBB para o Setor Juventude por cinco anos, Carmen Lúcia ajudou
a todos a analisarem sua compreensão de juventude a partir do seu tempo de
jovens e no contexto atual, a fim de poderem desenvolver uma pedagogia de ação
participativa, dentro de um processo e não de meras atividades isoladas.
Todo adulto teve seu tempo de jovem com experiências
semelhantes aos jovens de hoje, mas em contexto diferente. O contexto de hoje é
marcado por uma estrutura, um jeito de organizar o sistema econômico, cultural,
social que afeta a todos. Foram analisados alguns aspectos da conjuntura atual,
na qual aparecem a força das redes sociais, a desestruturação da família, o
consumismo desenfreado, a cultura do descartável, o descrédito das instituições
e dos políticos, a crise de líderes, as drogas, a violência e a criminalidade,
a criminalização dos jovens. De tudo, resulta, entre outros aspectos, uma
situação de medo generalizado. Em particular, o jovem tem medo de sobrar, de
morrer, de estar desconectado.
A partir desses aspectos, Carmen Lúcia motivou
reflexão sobre paradigmas para a atuação com a juventude, uma proposta
pedagógica que contempla a juventude como caminho de discipulado e missão.
Tomou como inspiração alguns lugares bíblicos que marcaram o caminho de Jesus
em seu anúncio do evangelho e em sua trajetória até a doação total de sua vida
pela salvação da humanidade.
A assessora insistiu na necessidade de uma ação
planejada, com programas e projetos estabelecidos a partir das necessidades
mais urgentes percebidas na situação em que as pessoas se encontram.
Em relação ao trabalho específico com jovens, eles
devem ser os protagonistas. A juventude não pode ser vista como simples período
preparatório para a vida, nem como etapa problemática, nem como ator
estratégico, de grande potencial, mas como cidadã, sujeito de direitos que
caminha para a autonomia.
Na avaliação do curso, destacou-se que provocou a
reflexão e uma nova compreensão sobre a juventude; desmistificou conceitos;
conscientizou dos condicionamentos dos conceitos que se tem; alertou sobre a
necessidade olhar os jovens com os olhos deles e de trabalhar eles a partir de
sua realidade. A avaliação acentuou também o testemunho da assessora, seu
engajamento na Igreja, seu espírito crítico e metodologia participativa.
Uma missa no Santuário, presidida pelo bispo,
marcou o encerramento do curso. No final da celebração, Dom José convidou a
assessora para a frente do altar e lhe dirigiu expressivas palavras de
agradecimento.
Isso me soa como "alienação".
ResponderExcluir