quarta-feira, 8 de maio de 2013
A casa dos pobres
Desde Betânia, ser ‘casa dos pobres’ em cada grupo de jovens
“Cada vez que fizerdes algo a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”. (Mt 25,40)
Com a juventude, com Jesus de Nazaré e com seus/as amigos/as estamos em Betânia. Betânia no tempo de Jesus e em nosso caminho rumo à Jerusalém é Casa dos/as pobres. E sobre ser Casa dos/as pobres que desejamos conversar neste mês em que, como Igreja Jovem no Brasil – Pastorais da Juventude – celebramos a Semana da Cidadania, defendendo a vida da juventude, contra a redução da maioridade penal e como Igreja Jovem Latino-Americana estamos revitalizando nossa atuação e presença com a meninada.
Pe Paulo Botas, mtf, na reflexão que faz sobre Betânia em subsídio publicado pelo grupo Marista e Casa da Juventude do Paraná (Betânia: o Amor aniquilou o pecado) nos diz que “Betânia, segundo uma etimologia popular, significaria ‘a casa do pobre’, ou a ‘casa da carestia/miséria’ (bet/anyia) e, ainda, ‘casa das tâmaras’ (Bêt-hînî). Em Betânia, do outro lado do Jordão, foi o lugar onde João estava batizando (Jo 1,28) e tudo leva a crer que foi neste lugar que João identifica Jesus como Cordeiro de Deus.”
Betânia foi pra Jesus em seu tempo e continua a ser hoje pros/as jovens latinos/as e caribenhos/as a Casa dos/as pobres. Mas, o que significa isso? Casa dos/as pobres é casa da acolhida incondicional, de cuidado, de partilha, de confraternização, de abraço, de afago, de carinho, de sorriso, de bem-viver, de bem-quer... Casa dos pobres é casa que se faz acolhida e cuidado. Casa dos pobres é casa de encontro, de memória, de partida, de chegada... Casa dos pobres é casa de amor gratuito e até as últimas consequências...
O profeta Isaías convida-nos a "alargar o espaço de tua tenda, estender tuas lonas, alongar as tuas cordas e reforçar as estacas" (Is 54,2). Ele convida-nos a ser Betânia. Ele convida-nos a ser casa dos pobres.
Em tempos de caminho rumo à Jerusalém e de revitalização da ação com a juventude em nosso chão latino-americano e caribenho somos chamados/as a ser Casa dos Pobres. As Pastorais da Juventude também são chamadas a ser Casa dos Pobres para a meninada. Compreendendo isso, a PJ tem o grupo de jovens como centro de sua ação evangelizadora assumindo como opção pedagógica, eclesial, teológica e bíblica central em sua prática. O grupo de jovens é a concretização do compromisso com os/as jovens de ser casa dos pobres. Sem o grupo de jovens a PJ deixa de ser PJ. Sem o grupo a Pastoral da Juventude fracassa no compromisso com os/as jovens e com o seguimento de Jesus. O dia em que não haver mais grupo de jovens não haverá mais a Pastoral da Juventude.
À luz de Betânia e do caminho pra Jerusalém como podemos fortalecer os grupos de jovens em nossos países, cidades, comunidades? Quais as estratégias e meios para fortalecermos esse lugar central da ação com a juventude? Como transformar ou intensificar nossa vivência grupal para ser verdadeiramente e profundamente casa e lugar dos pobres?
Jesus manifestou predileção pelos pobres. Negar isso é negar a essência do cristianismo. Nos diz Gustavo Gutiérrez: “Digamo-lo com clareza: a razão última dessa opção está no Deus em quem cremos. (...) Trata-se, para o crente, de uma opção teocêntrica, baseada em Deus". Inspirados por essa mesma opção de Jesus de Nazaré é que os nossos grupos devem ser “casa dos pobres”, devem ser “betânias” de acolhida, de amor, de fidelidade ao Reino. Pensemos em nossos grupos, como isso poderá acontecer melhor? Sejamos ousados e profundos. Não nos contentemos com mesmices.
Desde Betânia, sintamos o perfume da ‘casa dos pobres’, tantas vezes horrendo, malcheiroso e fétido, que exige radicalidade e opção de nossos grupos de jovens.
Pe. Maicon André Malacarne – Assessor da PJ na Diocese de Erexim/RS
Luis Duarte Vieira – Militante da PJ e noviço admitido à Companhia de Jesus
foto - imagens do google.
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Lindo texto Pe. Maicon e Luis. Contamos sempre com voces neste caminho de revitalizaçao.
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