sábado, 26 de setembro de 2020

Nossa rede de proteção buscará desenvolver qual proteção?

 


Ao final do Seminário do Bem Viver – Tecendo Redes de Proteção à vida os/as participantes do mesmo foram convidados a refletir sobre as redes de proteção que estamos construindo, também esse seminário. Para refletir, foram convidados/as a responder algumas perguntas. Abaixo apresenta-se cada uma das questões e a síntese das respostas partilhadas até a presente data.

 Nossa rede de proteção buscará desenvolver qual proteção?

 A proteção que a Rede pretendente efetivar é a proteção integral da vida de jovens e adolescentes, que têm sido constantemente vítimas de uma sociedade que ceifa e extermina vidas e sonhos.  Nossa proteção é integral (ecoar, conscientizar, denunciar, garantir etc.), visando a libertação de todes/as/os. E para tal, desenvolvemos uma compreensão de proteção baseada nos marcos regulatórios internacionais e nacionais existentes específicos para a proteção de adolescentes e jovens.

  

Quem serão os/as protegidos/as?

 

· Os/as jovens e adolescentes mais vulneráveis, pobres e periféricos. A referência à periferia aqui não é apenas à periferia das grandes cidades e centros urbanos, mas abarca a periferia  do campo, dos territórios indígenas e dos demais rincões ameaçados pelo Capital.

· As crianças e suas famílias.

· A nossa casa comum, a natureza e o planeta Terra.

· As mulheres, os migrantes, os/as camponeses/as, os LGBTQIA+, os/as indígenas e os/as negros/as.

  

Protegido/a de que ou de quem?

 

Serão protegidos/as ...

 · de todas as formas de opressão, violações de diretos;

· do sistema capitalista ultraliberal;

· das violências, das drogas e da desilusão de não ser alguém quando crescer.  

· da falta de acesso aos direitos, da ausência de saúde, de ações que não promovem o cuidado com a casa comum;

· da manipulação dos meios de comunicação;

· das injúrias desse país ainda colonial;

· do patriarcado, machismo, elitismo, racismo e homofobia;

· da violência das redes sociais;

· da falta de autocuidado pessoas;

· de pedófilos, aliciadores, rede de prostituição, traficantes de drogas;

· da inoperância do próprio Estado.

 

Como o sujeito protegido é compreendido?

O/a sujeito protegido/a é compreendido/a como ...

 · agente de transformação, protagonista;

· sujeito de direitos;

· como uma pessoa única com suas características, peculariedades, necessidades e individualidade.

 

Além das relações pessoais, quais seriam os maiores desafios para pensar uma pactuação de trabalho em rede para proteção à adolescentes e jovens?

 

Muitos são os desafios para a atuação em Rede, mas detaca-se:

 · Ativação das secretarias juvenis nas cidades e estados;

· Emancipação das políticas já existente da proteção de jovens e adolescentes;

· Entender a complexidade social, cultural e política;

· Superar o consumismo; o individualismo; o bombardeio informacional e as fakenews;

· Chegar em um pleno funcionamento de todos os eixos, que envolve as redes;

· Mover as pessoas à uma conscientização mais aguçada;

· Renovar os projetos, técnicas e métodos de atuação para responder à realidade atual;

· Promover ações articuladas, com eixo de defesa, controle, participação ativa;

· Enfrentar o sistema capitalista;

· De fato, trabalhar em Rede;

· Articular a comunicação e atuação dos diferentes setores e instituições de forma conjunta, prática e concreta;

· ter um espaço de encontro efetivo, de diálogo permanente e qualificado para socialização de experiências, sejam elas positivas ou negativas e troca de experiências/vivencias

· Superar o ativismo;

· Encontrar agenda para as pautas comuns;

· Gerar processos de cuidado/autocuidado/

· Cuidar de quem cuida.

· Enfrentar os ciclos de violência contra as mulheres;

· Garantir Formação humana e pedagógica do educador preparado que trabalhem com jovens e mulheres.

· Amadurecer a formação para além da rede;

· Manter o trabalho a partir da pedagogia libertadora;

· Acompanhar as lutas por territórios;

· Manter e fortalecer a opção pelos/as pobres e excluídos/as;

· Reafirmar o compromisso com a vida; a educação popular, a educação do campo;

·  Criar mecanismos com dados de denúncia e violação de direitos. Um mecanismo de denuncia e promoção de justiça para os/as jovens e mulheres;

· Fortalecer a mística que move o trabalho do despertar a paixão o encanto com o trabalho com as mulheres e jovens;

· Dar continuidade no desenvolvimento dos intercâmbios, espaço de troca e partilhas das experiências bem como celebrar o caminho percorrido;

· Avançar num caminho de gestão e relações de proximidade para fincar o trabalho em rede nos diversos territórios do Brasil, nos quais nossas instituições estão presentes;

· Realizar sempre uma escuta qualificada;

· Mapear as realidades e suas necessidades;

· Aproveitar as possibilidades de suporte, fomento e aliança.

· Dar voz para que as próprias juventudes possam denunciar e promover ações de transformação dessa realidade, sendo efetivamente protagonistas nesse processo, tendo seus anseios e identidades respeitadas.

· Não perder de vista a sociedade que queremos construir, esse é o nosso horizonte: a sociedade do Bem-viver;

· Não assumir o papel do Estado ou de outras instituições, mas compreender e criar processos de integração, de potencialidade das “incompletudes” institucionais. Fortalecer os nós;

· Construir políticas “de, para e com” a juventude;

· Compreender os processos históricos, sociais e culturais que reproduzem violências.

· Desenvolver a solidariedade;

· Romper o individualismo, egocentrismo e imediatismo.

 

Um comentário:

  1. São grandes os desafios em um país que nega sonhos e se articula para isso, mas, esperançar e nossa caracteristicar, por ousamos sonhar para construir um país melhor.

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