domingo, 23 de setembro de 2018

Carlos Rodrigues Brandão - Sabedoria e Lucidez - Declaração de Conscência

Estamos diante de um grave risco para os nosso país. Tempos que exigem lucidez para não cairmos no Fascismo. Nós do Cajueiro que dedicamos para acompanhar à juventude postamos aqui a declaração do professor Carlos Rodrigues Brandão e temos esta preocupação com o nosso país.

Segue o texto


Foto internet

Declaração de consciência


Todas as pessoas amigas ou conhecidas sabem que raramente envio mensagens abordando questões políticas. Deixo isto para mulheres e homens mais jovens e mais militantemente envolvidas. E quando envio algo neste sentido, é sempre uma mensagem centrada na esperança em nós, e no que podemos e devemos pensar e fazer em momentos como este. 

No entanto este é um momento para ninguém “fugir da luta”. Estamos vivendo dias escuros, e estamos diante da possibilidade de eles escurecem mais ainda.

Estamos diante de algo pior do que o “golpe institucional” de 2016. Estamos diante da possibilidade de que forças não apenas “de direita”, mas assumidamente anti-democráticas, militarizadas, fascistas, machistas, retrógradas e homofóbicas venham assumir o poder de governar este país.

Neste sentido, e diante desta tenebrosa alternativa, eu quero me posicionar.
Não o faria com tanto empenho se o embate final fosse entre Ciro gomes e Fernando Haddad. Mas eu tomo uma posição pública porque o possível concorrente de Fernando Haddad no segundo turno, é um homem que em nada se recomenda, nem como pessoa humana e nem como político.

Para além de todo partidarismo (e toda a gente conhece meu passado militante, popular e socialista) quero apenas dizer a eventuais pessoas ainda em dúvida, diante deste momento tão decisivo, que o que temos pela frente não é um simples embate entre “direita e esquerda”. 

É um enfrentamento entre forças comprovadamente devotadas à criação de uma nação justa e solidária, habitada por um povo cada vez mais igualado em seus direitos e deveres, e mais livremente diferenciado em suas vocações (étnicas, sociais, culturais, de gênero, crença ou o que for) e forças retrógradas e obscurantistas.

Saibamos escolher com consciência, com coerência e com coragem!
Saibamos votar e lutar para sermos felizes.
E felizes não apenas “de novo”... Mas felizes daqui em diante.

Carlos Rodrigues Brandão, professor universitário, educador popular, autor de vários livros sobre a educação e a pesquisa.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Luis Duarte apresenta a Carta de Hilário Dick para o Encontro de Assessores/as



Acabo de ler a carta do amado Hilario Dick para o Encontro Nacional de Assessores/as da PJ, que compartilho abaixo. Fiquei extremamente tocado e desafiado por suas palavras. Penso que deve ser uma carta lida e rezada por todos/as que assumem serviços na PJ. O avô escreve para assessores/as, mas diz para todos/as que se colocam no caminho de servir à juventude.

Suas palavras me provocaram a pensar no pecado que comentemos quando nos distanciamos da memória e quando não escrevemos, não produzimos evangelhos, como disse o avô.

Que lugar a memória tem em minha vida? Fiquei com essa pergunta. Me lembrei da pergunta de Hilario Dick no III Congresso Latino Americano de Jovens: “a que distância estou da história?” Quem poderá contar aos “netos/as” as histórias se elas se perderem? Me lembrei do Walderes e do Lourival, Floris e do Gisley que, estando na eternidade, não contam mais os fatos que viveram...
Como não perder as histórias que precisamos ouvir? Que histórias não podem perder-se no tempo?
Fiquei pensando nos livros, nos evangelhos que poderíamos gestar Brasil afora e que não foram escritos. Quantos escritos borbulham em tantos/as de nós e que não foram produzidos? Quanto evangelho pedindo para ser vida... Que palavras precisam se tornar livro para seguirem sendo vida?
Não deixem de ler e rezar a carta do amado avô Hilário Dick. E juntos/as peçamos perdão pelo pecado de nos distanciarmos da memória. Peçamos perdão pelo pecado de não escrevermos evangelhos, livros. Peçamos perdão por fraquejarmos na esperança quando falhamos no cuidado com a memória.
Amém!


Abaixo a carta do avô.

Amigos e amigas, Assessores e Assessoras da Pastoral da Juventude

Saudades de vocês e desse tipo de encontros que estão a realizar. Move-os o tema: Assessoria na Pastoral da Juventude: Chamado, Mística e Missão, alimentados pelo “não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi”, de Jesus de Nazaré. Fui provocado a dizer-lhes alguma coisa e vou dizer:

1. Preocupado com uma antiga militante da PJE, agora Educadora em Colégios do Rio de Janeiro, que virá entrevistar-me sobre a história de nossa Pastoral na Zona Sul do Rio, onde nasci para a assessoria, achei que seria bom ver como está a biblioteca do ex-IPJ, de Porto Alegre, agora localizada no bairro Niterói, em Canoas. Fui com medo de encontrar coisas de abandono, sujas, empoeiradas, talvez com cheiro de banho de chuva. Disseram-me que tinha gente e poderia entrar. Quando vi o que vi, eu não acreditava no que via: além de estar tudo ali nas prateleiras, livros e caixas, álbuns, pedaços de tudo que a gente fazia no IPJ, aí estavam Doris Dias, a encarregada, auxiliada por duas jovens excepcionais. Uma escrevendo coisas e a outra organizando um monte enorme de fotos que tiveram a chance de sair das caixas e pastas, testemunhas das maravilhas que lá se faziam.

2. A primeira coisa que desejo dizer-lhes é que nós somos de uma igreja da palavra, do livro. Pensando que o IPJ estava morto, o que sobrou foi a biblioteca... A Pastoral da Juventude terá mais vida, se tiver bibliotecas... pastas, relatórios, fotos, filmes, papeis e mais papéis. Quando as instituições começam a pôr fora da porta dos Centros de Pastoral relatórios, subsídios, documentos, livros, pastas... algo de diabólico está acontecendo. A Pastoral da Juventude precisa de bibliotecas... Toda a biblioteca é um ninho de utopias. Junto com Doris fui olhando o que conseguia olhar e, no dia seguinte, fui tirar fotografias do que havia encontrado. As duas meninas ficavam olhando, admiradas, ajudando em tudo que podiam.

3. A segunda coisa tem tudo a ver com a primeira: a memória. Assessor que não é, não sabe e não tem memória, tem que viver uma grande conversão. Assessor é como a vó e o vô: conta histórias para os netos/as. Nestas histórias tem sentidos, animações, inspirações, chapoletadas que nem imaginamos. Como gosto da frase do Papa Francisco dizendo que “o crente é, fundamentalmente, uma pessoa que faz memória”! Vem-me à mente uma foto que saiu no meu facebok onde estão juntos P. Henrique Faria (PU e PJE), P. Boran, Ir. Enedina, Sônia e eu, no começo dos anos 90. Quando a briga é por causa dos netos, a briga vale. Memória tem tudo a ver com personalidade, autonomia, consciência crítica, história, coerência, fidelidade. Levarei até o túmulo o fato de adolescentes da década de 70, lá em Botafogo, me terem dito que errara querendo ser doutor em Literatura Brasileira. “Teu lugar é junto com a juventude...”

4. Não estou falando de chamado, de mística e missão? Acho que sim. E quero acusá-los de um pecado que nunca confessaram. Acuso-os de não serem evangelistas, isto é, acuso-os de não serem do livro, de não escreverem evangelhos. É pecado um/a assessor/a não escrever... Faz parte do chamado, da missão e da mística do assessor ter um computador (ou coisa mais sofisticada) para escrever e não só para ler. Por isso falei de biblioteca, de memória e de escrever. Do IPJ sobrou a biblioteca; de D. Pedro Casaldáliga ficará não só testemunho, mas a poesia. Assessor e biblioteca; assessor e memória; assessor e caneta.

Nunca havia dito, o que disse para vocês. Se for achaque de idade, me perdoem. Só sei que a meninada espera de vocês livros, memórias e mãos escrevendo, tudo como chamado, com mística e como missão.

16 de setembro de 2016, festa de Cornélio e Cipriano, mártires porque fizeram o que lhes recordei.
P. Hilário Dick S.J.

domingo, 9 de setembro de 2018

SOU CAJUEIRO - prestação de contas do mês de agosto

Gente querida,

Nesse caminhar da vida o CAJUEIRO se fortalece com a “Campanha Sou Cajueiro”,  iniciamos no mês de abril/2018 com 26 colaboradores/as. Neste mês de agosto somos 42 colaboradores/as mais o valor total das contribuições foram o montante de R$ 3.905,00 (Três mil e novecentos e cinco reais).  Além de pessoas físicas, agora a campanha ganha colaboração de grupos como: Grupo Floris, Rosas e Frutos,  Congregação de Nossa Senhora - Cônegas de Santo Agostinho, Missionárias de Jesus Crucificado, além de várias pessoas que colaboram com serviços.
Se você conhece alguém e deseja convidar para entrar nesta corrente do bem

O mês de agosto o cajueiro iniciou suas atividades do segundo semestre e queremos aqui compartilhar:
Encontro em Brasília - uma visita a casa da Vanildes e uma reunião dos amigos do Cajueiro que vive na capital e dos que foram visitar:

2. Semana de abertura da 10a Turma do Projeto Na Trilha da Universidade. Foram selecionados os jovens e realizado a semana de abertura. Participaram Célio Amaro, Carmem Lucia Teixeira, Arilene Martins e Helen Clara (Coordenação do projeto).
10 Turma do Projeto Trilha da Universidade

Bruna Junqueira - trabalhou o tema do Direitos humanos na Semana de abertura do Projeto Na Trilha da Universidade. #TrilhaUni

Dia 08 de agosto foi o dia do Basta de Violência, do desemprego, etc - Estiveram presente Angela Cristina, Francisca Marta, Cidinha Cruz e tantas outras pessoas.

Em São Félix do Araguaia, João Marcos, foi trabalhar o tema do grupo de jovens. É uma escola de formação de lideranças que tem preparado jovens para atuarem no acompanhamento aos grupos da PJ.
A turma da Escola de Formação de lideranças com a presença de João Marcos.

Cidinha Cruz foi para Recife/PE para participar dos 50 anos do Movimento de Crianças de Adolescentes - MAC. Um movimento popular que celebra a sua existência com a sua fundadora.

No dia 18 de agosto foi a festa Camponesa - Região rural de Silvânia/GO estiveram presente, Francisca Marta (CPT/Cajueiro), Carmem Lucia Teixeira, Helen Clara e tantas lideranças das comunidades e da CPT.
A reunião de Preparação do Seminário de Pastoral juventudes, religião e sexualidades com a presença de Katiuska, Carmem Lucia, Padre Júnior, Rezende Bruno, João Marcos. A reunião foi no Cajueiro em Goiânia.

Cajueiro colabora na realização do Seminário de Direitos Humanos. Presença de Angela Cristina, Helen Clara no dia 17 de agosto.


As atividades realizadas no mês de agosto inicia com o Projeto Na Trilha da Universidade que realiza todos os dias das 19h. às 22h. Se você pode ser um colaborador/a destes projetos. Agradecemos a cada pessoa e grupo que confiam no Centro de Juventude Cajueiro.

Goiânia, 10 de setembro de 2018.

Cajueiro