Apresentamos para vocês o pacto final do Seminário que reuniu cerca de 200 pessoas, na celebração dos 50 anos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Heitoraí/Goiás em parceria com vários grupos, dentre eles o Cajueiro. Apresentamos o compromisso realizado ao final de três dias de trabalho.
SEMINÁRIO
PASTORAL JUVENTUDES, SEXUALIDADES E RELIGIÕES
SOBRE
O QUE CONVERSAMOS NO CAMINHO...
Somos juventudes de vários cantos do estado
de Goiás, do Distrito Federal, São Paulo e da Paraíba, Mato Grosso e
refugiados/as da Venezuela, reunidas em Heitoraí – GO, entre os dias 12 e 14 de
outubro de 2018, no Seminário Pastoral Juventudes, Sexualidades e Religiões,
promovido pela Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Diocese de Goiás em parceria
com pastorais e organizações, dentre elas o Cajueiro – Centro de Formação
Assessoria e Pesquisa em Juventude. Somos muito gratos/as aos esforços das
CEB’s local em dialogar com os/as jovens sobre temas tão caros para nós: juventudes,
sexualidades e religiões. Viemos de
nossos territórios para viver a experiência de jovens que se reúnem em
comunidade e que apesar de seus medos estão dispostos a falar sobre suas vidas,
seus corpos, sonhos, angústias, horizontes e suas crenças.
Reunidos/as em oficinas que refletiram a
realidade dos três temas centrais do seminário, iluminados/as pela Palavra,
pela inquietação do magistério do Papa Francisco, queremos anunciar os compromissos
que assumimos para nossas vidas e relações.
JUVENTUDES E PASTORAL
“Deus é jovem!”
Papa Francisco
·
Escutar nossos amigos/as jovens que estão experimentando momentos
de trevas nas suas subjetividades, nas relações familiares e ajudá-los/las a
encontrar o sentido da vida;
·
Organizar-se em grupos e coletivos que nos permitam a formação
integral e continuada de nossas inteligências e sensibilidades, trabalhando os
medos e preconceitos;
·
Acolher os/as assessores/as e acompanhantes como presença
importante no processo de educação da fé;
·
Afirmar os/as jovens como presente, vivendo, sentindo e fazendo hoje
e agora, e não apenas no futuro;
·
Reconhecer as juventudes como sacramento de novidades, sempre
exercitando o protagonismo e construindo autonomia;
·
Fortalecer nossos grupos de jovens e nossa identidade pastoral
para cuidar das juventudes em suas “periferias existenciais ”
“Sexo? Um dom de Deus e não um tabu!”
Papa Francisco
·
Reconhecer as sexualidades como dom de Deus, expressão da diversidade,
e jamais como ou doenças;
·
Amar e aprender com as diferentes identidades, orientações,
expressões de gênero e de toda sexualidade;
·
Conversar, escutar e não se omitir sobre masculinidades, feminilidades,
afetividades, desconstruindo os equívocos do senso comum e todo tipo de
preconceito.
·
Lutar por direitos e políticas públicas e derrubar muros de
violência e opressão que aniquilam a vida de muitas juventudes, sobretudo LGBTQI+,
que fogem dos padrões culturalmente impostos;
·
Enfrentar e denunciar todas as formas de violências, assédios e
abusos, buscando, se necessário, acompanhamento e ajuda de outras pessoas;
·
Combater o machismo em todas as relações e instituições;
·
Dialogar com nossas famílias, amigos/as e professores/as sobre
nossos projetos de vida, os amores que carregamos, os desejos que alimentamos,
os medos que nos paralisam;
·
Ousar reconhecer nossos corpos e sentimentos como expressão da
beleza de Deus que se revela nas diferenças e na liberdade;
·
Cuidar dos nossos corpos, da sua saúde física e emocional e da
espiritualidade;
“A misericórdia tem sempre o rosto jovem!”
Papa Francisco
·
Reconhecer as religiões nas suas interfaces com a política, a
economia e a cultura;
·
Refletir com nossos grupos de jovens e pastorais sobre temas considerados
tabus para as religiões;
·
Dispor-se ao diálogo inter-religioso e macro ecumênico com todas
as experiências religiosas;
·
Questionar sempre sobre as relações entre as igrejas e o Estado;
·
Combater a intolerância religiosa e superar os fundamentalismos.
·
Compreender os processos de busca do sagrado e também da
religiosidade pelas juventudes;
·
Chamar a atenção e estimular a vida religiosa consagrada e do
clero para uma aproximação das juventudes, de modo que, cada vez mais, percebam
e dialoguem com as diversidades;
Reconhecemos as religiões como um “religar”,
como uma conexão entre o humano e o mistério, sendo também espaço de
socialização e ligação das experiências vivenciadas no cotidiano. Reconhecemos
ainda, que as religiões transformam o mundo e só valem a pena quando favorecem
o bem comum.
Ao terminar este seminário, sentimos a
necessidade de continuar caminhando, sentindo e dando voz ao que faz arder
nossos corações, contra toda forma de opressão e cultura de ódio, acentuada
neste período eleitoral, fazendo partilhas, conversando sobre nossos processos
e cuidando dos projetos de vida.
O testemunho de Maria, Mãe Negra Aparecida,
dos/das Mártires da Caminhada e a coragem do Papa Francisco, serão nossa
inspiração para construir relações de ternura, respeito, equidade e
solidariedade.
Heitoraí, GO
– 14 de outubro de 2018.
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