Ser casa...
“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas
sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das
pessoas...”
De tantas casas visitadas em Rio Branco (achei
curioso), em todas que estive as pessoas tiravam os sapatos, as chinelas
antes de entrar na casa. Descobri que existe este costume por lá,
“não é por causa da limpeza, é sinal de respeito mesmo”, me disse uma
jovem. De fato, é preciso respeito para entrar na casa do outro que
acolhe. É na casa que comemos,
conversamos, sorrimos, brigamos, na casa estamos confortáveis para
sermos mais humanos, para descansar, dormir. Ser casa, ser morada é
sinal do sagrado.
O Acre foi morada da Pastoral da Juventude em
Janeiro de 2018, partilhamos angustias, sonhos, alegrias, avaliamos,
questionamos, visualizamos, rezamos, fizemos arte e nos cansamos também.
O cansaço faz parte do processo, e quando ele chega é bom ter lugar
para descansar.
No texto bíblico que iluminou o 12° Encontro
Nacional da PJ, Jesus estava cansado da viagem e precisou parar para
beber água a beira do poço, quem deu agua pra Jesus foi a Samaritana que
também tinha sede, mas sede de esperança. No dialogo ambos foram morada
um para o outro e puderam descansar.
A exemplo do Jovem de Nazaré,
que buscou matar sua sede e também dar de beber no dialogo com uma
mulher, fomos chamad@s no ENPJ a “ser colo que acolhe, braço que
envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que
contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor
que promove”. Bebemos da fonte do sagrado, na partilha da vida, do pão e
da utopia.
O TXAI nos desafia, nos provoca para a doação de ser
morada, TXAI é a disponibilidade de ter metade de mim n@ outr@ e de
carregar metade deste alguém comigo também, mais que amig@s e irmãos,
somos um só. E isso significa sentir junto, lutar junto, rezar,
festejar, celebrar, cantar, juntos. É na coletividade, na diversidade,
que vamos construindo na nossa morada Pastoral os caminhos que nos levam
a festa do bem viver.
Estando juntos/as renovamos nossa força, fé
e esperança, para voltar para as nossas Galileias. Voltar para a
realidade não é tarefa fácil, mas é Jesus quem fala com a gente, e seu
chamado é provocador, é Jesus quem fala com a gente e na sua fala,
podemos perceber que o cuidado com a vida da juventude, “não é coisa de
outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com ela não seja nem
curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura
enquanto durar.
Feliz é aquele que transfere o que sabe a aprende o que ensina.”
Hoje estando já na minha Galileia, na minha casa, agradeço
profundamente a Galileia que foi morada neste 12°ENPJ. E a todas as
pessoas envolvidas no processo de construção deste encontro, pessoas que
se disponibilizaram a ser casa e aconchego. Vocês são sinal de
esperança no mundo. Gratidão. TXAI.
Hélia Marina
Pastoral da Juventude Regional Centro Oeste/ Cajueiro - Centro de formação, Assessoria e Pesquisa
Texto publicado na página do Facebook
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