Querido
Lori,
Nessa
madrugada pascal te escrevo. É que o corpo e vida se encheram de memórias.
Quero partilhar essas memórias contigo. É um modo de estar aí em Goiânia com
você. É um modo de chorar e de agradecer.
A vida da
gente guarda tantos mistérios, tantas histórias... Quem diria que o menino
pobre nascido em Anápolis seria esse gigante na doação da vida? Quem dia que o
catador de papel, iria alimentar a causa de tantos/as? Quem diria que o menino
Lori, seria referência latino-americana no serviço à juventude?
Já
pensou, meu amigo, no bem que sua vida é em nossas vidas e na vida da juventude?
Numa das primeiras vezes que nos vimos, você me indagou firme e terno: “você
quer ser bom em que?”. Era uma pergunta que me desafiava a ter projeto de vida!
Era uma pergunta que me desafia a doar a vida. Era a pergunta de quem tem
projeto de vida. Era a pergunta de quem assumiu a vida da juventude como causa.
De quem realmente ama a juventude, pois, quer e sonha jovens empoderados/as e
felizes.
Você
sempre foi doação. Primeiro no Grupo de Jovens. Tendo descoberto a beleza da
vida em grupo, sua vida muito se deu na organização de grupos, para que
todos/as pudessem descobrir a felicidade que reside no grupo. Depois na PJ.
Como falar da história da PJ do Centro-Oeste e da PJ Nacional e não dizer do
Lourival? Depois na CAJU... E muitas coisas você fez através e com a casa! Sua
doação também se fez articulação de políticas públicas... Você rodou o estado
motivando as conferências de juventude e tecendo redes, afirmando sempre que a
juventude quer viver... Apesar do câncer e das muitas dificuldades, você ajudou
e ajuda a construir o CAJUEIRO... Pensemos no bem que o CAJUEIRO já fez pela
juventude, apesar de não ter estrutura alguma... Nem o câncer te impediu de
seguir na causa juvenil...
Você
sempre foi muito goiano. Me lembro de teu arroz com linguiça, me acolhendo
depois de um ano fora de Goiás. Estava com tanta saudade de uma comida com
tempero goiano, e lá estava você me acolhendo e cuidando. Me lembro de você
sempre nos desafiando a assumirmos nossas raízes e valores.
Você
sempre foi muito forte meu amigo. Forte na doação. Forte na causa que assumiu.
Forte na esperança que te move. Forte na fidelidade e na amizade. Me recordo de
você cuidando do Wal e do Rezende. Me lembro de você dizendo “tenho apenas
vontade de estar com vocês, sem dizer nada...”
Você
sempre foi fé e mística. Lembro de uma dança circular na abertura da Escola de
Liturgia... Lembro de você me mostrando por primeiro Trindade. Lembro de você
me ajudando a entender o mistério da formação integral, do ter a vida nas
mãos...
Enfim
amigo. As lágrimas correm porque a vida, o coração e o corpo eternizam muitas
memórias. Você, Carmem e Rezende me apresentaram ao Floris. E agora recordo as
palavras dele: “o Pai só quer a vida. Mesmo que não possa evitar a Cruz.” A
doença que enfrentas é uma pesada cruz que tens carregado. De perto e de longe
sou testemunho disso. Mas, sou testemunho desse AMOR que segue querendo a vida,
porque, apesar dessa pesa cruz, você tem sido todo doação. Sigamos crendo nisso
que Floris nos ajuda a entender: o Pai só quer a vida! Sim meu amigo. O Pai só
quer a vida. E a vida só tem sentido se for doada. E sua vida é dessa doação
total...
Obrigado,
por ser essa doação total! Te amo meu amigo. Seguimos unidos na Cruz e na dor.
E seguiremos unidos/as na doação pela e com a juventude...
Abraços
fraternos e cheios de esperança,
Luis Duarte
Lindo Luis, as lágrimas caíram, você traduziu em palavras sentimentos inexplicáveis .
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