As
entidades estudantis, as juventudes do movimento social, dos
trabalhadores/as, da cidade, do campo, as feministas, os negros e
negras, as juventudes partidárias, religiosas, lgbt, dos coletivos de
cultura e das perifeiras se unem por um ideal: avançar nas mudanças e
conquistar mais direitos para juventude.
É preciso denunciar o extermínio da juventude negra e das periferias a
quem o Estado só se apresenta através da violência. O mesmo abandono se
dá no campo, que alimenta a cidade e segue órfão da reforma agrária e
dos investimentos necessários à permanência da juventude no campo, de
onde é expulsa devido à concentração de terras, à ausência de políticas
de convívio com o semiárido. Já na cidade, a juventude encontra a
poluição, a precarização no trabalho, a ausência do direito de
organização sindical, os mais baixos salários e alta rotatividade –
agravando-se com a terceirização – que se tornam fatores ainda mais
graves no que diz respeito às jovens trabalhadoras.
Essa é a dura realidade da maioria da População Economicamente Ativa
no país, que querem conquistar mais direitos e mais participação, e não
as mentiras da imprensa oligopolizada, que foi parceira da ideologia do
milagre brasileiro e cúmplice da ditadura, ao encobrir torturas e
assassinatos e sendo beneficiária da monopolização ainda vigente. É
coerente que ela se oponha à verdade e à justiça, que se cale ante as
torturas e ao extermínio dos pobres e negros dos dias de hoje, que
busque confundir e dopar a juventude, envenenando a política,
vendendo-nos inutilidades, reproduzindo os valores da violência, da
homofobia, do racismo, do machismo e da intolerância religiosa, mas eles
não falam mais sozinhos: estamos aqui pra fazer barulho.
Queremos cidades mais humanas em vez de racismo, violência e
intolerância. Queremos as garantias de um estado laico, democrático,
inclusivo, que respeite os direitos humanos fundamentais, inclusive aos
nossos corpos, à liberdade de orientação sexual e à identidade de
gênero, num ambiente que assegure a liberdade religiosa. Queremos que a
juventude tenha o direito de dar seu rolezinho, e usufruir das cidades e
do campo, com garantias de melhoria na mobilidade urbana e rural, com
transporte público de qualidade.
Queremos reformas estruturais que garantam um projeto de
desenvolvimento social e que abram caminhos ao socialismo. Lutamos por
um desenvolvimento sustentável, solidário, que rompa com os valores do
patriarcado, que assegure o direito universal à educação, ao trabalho
decente, à liberdade de organização sindical, à terra para quem nela
trabalha e o direito à verdade e à justiça para nossos heróis mortos e
desaparecidos.
Para continuar avançando é preciso incorporar a juventude ao
desenvolvimento do país. Incluir o bônus demográfico atual exige uma
política econômica soberana que valorize o trabalho, baseado na
produção, no investimento e as políticas sociais, e não a especulação.
Esse é o melhor cenário para tornar realidade os direitos que aprovamos
no estatuto da juventude.
As manifestações protagonizadas pela juventude em junho de 2013
questionaram as atuais instituições políticas e explicitaram a
necessidade de mudanças profundas no sistema político brasileiro. Nesse
sentido, o Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do
Sistema Político apresenta-se para nós como uma oportunidade histórica
para dar voz e poder ao povo brasileiro, e avançar nas reformas
estruturantes de nosso país. Estaremos construindo o Plebiscito,
entendendo-o como um processo de unidade dos movimentos sociais e um
momento de amplos debates e mobilizações.
Seguimos em uma caminhada de unidade e luta por reformas estruturais
que enterrem o neoliberalismo e resguardem a nossa democracia e nosso
direito de manifestação contra leis nas quais o Estado classifica os
movimentos sociais nas ruas como terroristas e contra os retrocessos que
pretendem impor os monopólios da mídia, ou golpes institucionais dos
quais a América Latina frequentemente é alvo.
Unidos e cheios de esperança, convocamos a juventude a tomar em suas
mãos o futuro dos avanços no Brasil, na luta pelas seguintes bandeiras
consensualmente construídas:
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