segunda-feira, 9 de maio de 2016
De carroceiro a pesquisador: Lourival me representa!!! - Miriam Fábia Alves
01 de maio de 2016. Domingo dia do/a Trabalhador/a. Meu amigo Lori foi morar e espalhar sua criatividade, força e coragem em outras dimensões.
E nós que por aqui ficamos? O que fazer com esse vazio que nos inundou? Tenho me perguntado isso todos os dias e pensado no Lourival, ou seria melhor nos Lourivais, representado nas mais belas homenagens escritas por gente daqui e de tantos outros lugares na América Latina, Europa, África.
Um ser de luz, de coragem, de decisão, de indignação, de generosidade, de planejamento, de vida doada à juventude! Esse foi o meu amigo amado. Minha memória se enche de muitas lembranças que revelam essas facetas, mas dentre elas se destaca a sua indignação e sofrimento em relação ao fim do projeto da Casa da Juventude. O fim de um projeto em defesa da vida dos jovens pobres desse país...
como não morrer de dor e sofrimento? Se pensam que tudo estava terminado... não se enganem... desse momento de morte surgiu o Cajueiro. E adivinhem onde estava o Lourival... Com o grupo que se juntou para criar o Cajueiro: lugar de resistência e de luta em defesa da vida dos jovens. Esse era o
Lourival... pouca coisa lhe parecia impossível...
Na pesquisa que fizemos juntos nos últimos anos, atividade em parceria com colegas das universidades e do Cajueiro, Lourival era metódico, rigoroso, um artesão do conhecimento... Quanto eu aprendi com ele... Quanto a vida de Lourival de aproxima de muitos jovens pobres que hoje são pesquisadores: de carroceiro a pesquisador!!! Os primeiros de muitas gerações a ingressarem na universidade... uma luta constante para garantir o direito à educação a tod@s...
Então o que fazer agora? Nesse momento de dor utilizemos o “método” Lourival: manter a capacidade de indignar-se diante das injustiças, reaprender a lutar em outras bases, manter os princípios e as bandeiras de lutas, fazer com criatividade, manter viva a memória...
Vá em paz amigo. Sua memória se faz viva entre nós!
Miriam Fábia – Domingo 08 de maio de 2016
“mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
o seu canto que o outro lembrou” (Milton Nascimento)
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