A bandeira dos povos originários da América Latina vai pro meu
amigo Lourival...
Fiz parte da coordenação de um encontro do JUBRA (Simpósio
Internacional Sobre a Juventude Brasileira), uma década atrás e tinha uma mesa
com o tema: "A juventude no Brasil e na América Latina". Tive uma
síncope, com meu jeito sempre meigo, esbravejei, bati o pé, falei que Brasil
fazia parte da A. Latina, que nós tínhamos que assumir isso, que eu ficava com
vergonha dos colegas de outros países, etc etc... Todos me escutaram, fingindo
não escutar, achando que isso era insignificante.
Lourival, meu amigo de
décadas, ia coordenar esta mesa e ele abriu os trabalhos com esta bandeira na
mesa e com uma fala linda sobre ser latino americano. Chorei. Ele me escutou.
Depois disso, toda vez que via essa bandeira, eu o abraçava nela.
Toda vez que eu pensava em gente cristã com buniteza, eu abraçava o Lori. Toda vez que eu pensava em gente que amo sem barreiras, pensava nele. Lori foi embora hoje, e eu não consigo parar de pensar no meu egoísmo de achar que ele não tinha que morrer, pois eu o queria perto de mim. Eu o queria aqui 'bem meu vizinho', no prédio atrás do meu, onde ele tinha uma foto nossa no porta retrato.
Eu o queria aqui, com essa gente que chamo de Casa da Juventude, que sempre
disse ser o meu único lado cristão. Eu o queria aqui perto de mim, fazendo
troça do meu ateísmo e ignorando minha ignorância sem fé.
Lori é um dos meus
amores que perdi. Se ele estivesse aqui diria "...Deixa de ser boba, quem
a gente ama, não perde...". Mas eu o perdi. Na minha descrença com a fé,
eu perdi, não só eu, todos nós que acreditamos em um mundo melhor e não fazemos
esforço para tentar colocar em prática. Eu perdi... E a dor é grande
demais...
Te amo para sempre Lori... meu amor!
Te amo para sempre Lori... meu amor!
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