As
festas de Carnaval ainda reboam ou vão continuando a mexer com o
povo de outra forma, mas em meio aos tambores aparece o "Texto
Base" da Campanha da Fraternidade tendo como tema Igreja e
Sociedade. Um tema amplo, mas muito importante: “Fraternidade:
Igreja e Sociedade”.
O lema, radical como o cristianismo: “Eu
vim para servir”.
Todo
Texto/Base de todas as Campanhas já havidas no Brasil, desde 1964,
se postavam nalgum cenário de Igreja. Muitas vezes tomavam posturas
corajosas, proféticas; noutras menos, mas em geral “afirmativas”.
Há historiadores das Campanhas que dizem que se destacaram, como
temas, três questões, dizendo que estamos na fase da Igreja se
voltando para situações existenciais do povo brasileiro. Qual seria
o tema da CF de 2015? A Fraternidade? A Igreja? A Sociedade? Se é
uma situação existencial, qual é a saúde e a enfermidade destas
três realidades olhadas em conjunto?
Para
quem lê o Texto/Base a pergunta que fica é: afinal, de que devemos
falar?
1) Da Fraternidade? Para quem vive no Brasil poderia ser um assunto muito importante para quem viveu o tempo dos mensalões, das raivas e ódios das eleições, das interpretações facciosas do fenômeno da corrupção, achando pecadores somente de um lado, da não aceitação de uma vontade popular, de tanto que tivemos que ver e ouvir.
2) Da Sociedade? Será que o Texto/Base nos apresenta uma utopia de sociedade ou fica numa generalidade onde não entra nem consumismo, nem liberalismo, nem ecologismo vendo uma sociedade que não só mata, mas se mata a si mesma? Disso, contudo, não se fala. Os muros e os tapumes escondendo o que não queremos ver, encontrar, conviver etc. fica um assunto esquecido.
3) Da Igreja? Fala-se de Igreja, sim, mas uma Igreja que se situa aonde? Sem dizer muita coisa, prefiro ficar com as palavras do Papa Francisco (citado na apresentação do Texto/Base) que diz: "prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma fechada pelo fechamento e comodidade de se agarrar às próprias seguranças". Será que a Igreja do Texto é qual dessas Igrejas? Descubra e abra a boca. Só sei dizer que é muito lamentável que não venham palavras nem alentadoras nem proféticas. Parece que se dizem coisas só para dizer... Fala-se somente porque é preciso falar, mesmo que se diga tanto que não se diz nada. Aliás, parece que é isso que funciona em muitas colunas de igrejas: “não ofender ninguém”: “no máximo, provocar uma moralidade que seja segura, isto é, ultrapassada e que ninguém mais respeita”...
1) Da Fraternidade? Para quem vive no Brasil poderia ser um assunto muito importante para quem viveu o tempo dos mensalões, das raivas e ódios das eleições, das interpretações facciosas do fenômeno da corrupção, achando pecadores somente de um lado, da não aceitação de uma vontade popular, de tanto que tivemos que ver e ouvir.
2) Da Sociedade? Será que o Texto/Base nos apresenta uma utopia de sociedade ou fica numa generalidade onde não entra nem consumismo, nem liberalismo, nem ecologismo vendo uma sociedade que não só mata, mas se mata a si mesma? Disso, contudo, não se fala. Os muros e os tapumes escondendo o que não queremos ver, encontrar, conviver etc. fica um assunto esquecido.
3) Da Igreja? Fala-se de Igreja, sim, mas uma Igreja que se situa aonde? Sem dizer muita coisa, prefiro ficar com as palavras do Papa Francisco (citado na apresentação do Texto/Base) que diz: "prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma fechada pelo fechamento e comodidade de se agarrar às próprias seguranças". Será que a Igreja do Texto é qual dessas Igrejas? Descubra e abra a boca. Só sei dizer que é muito lamentável que não venham palavras nem alentadoras nem proféticas. Parece que se dizem coisas só para dizer... Fala-se somente porque é preciso falar, mesmo que se diga tanto que não se diz nada. Aliás, parece que é isso que funciona em muitas colunas de igrejas: “não ofender ninguém”: “no máximo, provocar uma moralidade que seja segura, isto é, ultrapassada e que ninguém mais respeita”...
Qual
é, afinal, a grande conversão que precisamos? A rejeição de uma
vontade de “ser povo”, de “ser justo”, de “aceitar que a
pobreza existe”, de saber que “fora dos pobres não há
salvação”, de admitir que a corrupção é uma doença que pode
brotar em todos nós e não só naqueles que não pensam como nós?
Temos que ter consciência que, para muitos, a fraternidade é uma
bobagem; que a sociedade é o que me interessa e me satisfaz, mesmo
que 90% da humanidade não entram no campo de minhas preocupações?
Temos que ter consciência que a Igreja é, de fato, santa e
pecadora, não adiantando esconder os erros mas, também, não
sabendo ver as santidades que são tão bonitas que não queremos
ver. Custa tanto convencer-nos que até os que não nos conhecem
sonham que sejamos uma Igreja Servidora? Sim, a conversão é uma
necessidade urgente para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de
nossa Mãe Terra.
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