Luis Duarte Vieira
A
vida da gente é caminho. Caminhamos nos passos de Jesus. Caminhamos movidos
pela utopia do Reino. Fazemos esse caminho na paixão pela juventude. O caminho
é mais intenso, belo, místico e misterioso quando o fazemos em Comunidade.
Todo
o caminho, mais ou menos hora, se inunda de surpresa, de beleza, de encanto. Se
inunda de uma teimosa esperança que arde, que explode. Se veste de abraço, de sorriso,
de olhar. Mesclam-se causa, amor e compromisso. Se inunda de novidade. Explode
de amor e de compromisso. A alegria invade tudo (Lc 10, 17). E marcados por
isso, não resta dúvida: o caminho é Jerusalém! O caminho é Jerusalém, nos
passos Dele e com Ele decididamente (Lc 9, 52). O caminho é a doação da vida,
com amor, com causa e com esperança. Amar incondicionalmente. Doar a vida (Jo
13, 15). Defender a vida, até as últimas consequências (Jo 13,1). Guardando e
cuidando sempre da esperança, sem a heresia do desânimo. Assim foi o DNJ 2014
da Diocese de Jataí, celebrado em Caçu/GO.
Depois
de quase três anos fora da Diocese, meu coração ardeu e a alegria e a esperança
invadiram-me de modo incrível no DNJ. Estava morando fora de meu chão natal,
mas com meu retorno ao solo cerradeiro fui celebrar a vida da juventude com minha
diocese. O coração arde, pulsa, queima. A paixão e o compromisso com a vida a
juventude se renova e se fortalece.
O
DNJ de 2014 se fez um banho de novidade, de causa e de esperança. De novidade,
porque muitos dos rostos ali presentes (quase todos na verdade) eram novos para
mim. O que significa que a caminhada dos grupos de jovens tem dado frutos na
diocese, encantando outros/as jovens, chegando a outros/as. Novidade e
esperança porque muitos grupos de jovens nasceram nesses anos em que estive
fora, mesmo com a morte e a desarticulação de outros, infelizmente. De
esperança, porque vi com meus olhos que os grupos de jovens não morreram. É por
isso mesmo que não posso e não podemos aceitar que o direito de viver em grupo
seja tirado da juventude. É preciso, mais que nunca, seguir nucleando e
acompanhando os grupos de jovens. De esperança, porque a Pastoral da Juventude
está mais viva que nunca. Precisamos sim, fortalecer a caminhada da PJ na
Diocese. Mas, ela segue mais viva que nunca. De esperança porque há bonitas
lideranças surgindo. Poderia dizer de muitas lideranças surgindo, mas não
guardei todos/as os nomes, por isso, digo apenas do Uilicem, do Paulo, da
Sandra, da Vanessa, do Marcos e do Fernando. De causa, porque celebrar a vida
da juventude em nossa diocese renovou em mim e nos presentes a causa da
juventude. Não há como sair do DNJ sem renovar o compromisso com a vida da
juventude. É uma profissão de fé que faço: seguirei gastando minha vida na
causa da juventude!
Igualmente
Caçu foi lugar de amizade. O abraço de Dom Vinícius, OSB me acolhendo. O
encontro e re-encontro com amigos/as. As novas amizades nascendo. Aqui poderia dizer muitos nomes, mas trago o nome
do Ailton, do Pablo, do Igor, da Vanessa, do Uicilem, do Fernando. Como não ser
tocado pelo mistério da Amizade, mistério da juventude e da Trindade?
O
DNJ ainda foi um lugar de fortalecer a certeza do valor da formação integral e
do processo de educação da fé. A caminhada da PJ e dos grupos de jovens ao
percorrer seu caminho com a juventude atenta á formação integral gera mais vida
e muitos frutos na vida da juventude. Ver o Fernando coordenando e animando o
DNJ 2014, por exemplo, é ter uma comprovação viva do bem que a formação
integral gera na vida da juventude. Por isso, é preciso gastar tempo e força na
formação processual com a juventude. Essa é a melhor resposta que podemos dar
nos passos de Jesus e no serviço a juventude. De fato, a formação integral é um
caminho de discipulado, que forma homens e mulheres comprometidos/as com a vida
e com o Reino. Homens e mulheres que optam por fazer o caminho rumo á
Jerusalém.
No DNJ éramos quase
quatrocentos jovens, de todos os distritos da Diocese, acolhidos pelo grupo de
jovens JUMP e pela Paróquia de Caçu. Celebrando a vida da juventude, em
momentos de conversa, palestra, mesa de debate e teatros, saímos convictos que
“somos feitos para a liberdade e não para a escravidão” e que por isso mesmo é
preciso dizer, com nossas vidas, “chega de violência e extermínio de jovens”!
Igualmente saímos fortalecidos na alegria, que vem da Boa-Nova de Jesus Cristo.
Boa-Nova que celebramos nos momentos de oração, adoração e na Eucaristia.
Alegria vivida na partilha da vida, nas amizades firmadas e na animação durante
o DNJ. Dos momentos mais marcantes dentro do que vivemos no DNJ quatro me
tocaram mais. O primeiro foi quando os/as presentes ficaram inquietos/as diante
da quantidade de jovens que morrem assassinados/as em nossas cidades e em nosso
estado. O segundo foi o momento de silêncio que fizemos em memória de tantos/as
jovens vítimas da violência e do extermínio. O terceiro foi a Eucaristia,
celebração de nossa utopia e de nossa esperança. O quarto foi o encerramento do
DNJ, com muito vento e com a chuva (que nos alcançou nas estradas de volta para
casa) depois de dias de muito calor no estado. Sem dúvida, esse vento e essa
chuva são sinais da presença amorosa da Trindade, presença que tateamos no
encontro com o Divino presente e cada jovem.
Uma das marcas fortes do
DNJ foi ver o trabalho e a doação da vida dos/as jovens do grupo de jovens
JUMP. Gostaria de trazer o nome de todos/as, mas isso me é impossível. Esses/as
jovens não mediram esforços na acolhida e na realização do DNJ. Vale a pena
gastar tempo na vida em grupo, no caminho do seguimento em grupo e em
Comunidade. Sigo tocado pelo esforço deles, pelo testemunho de cada um/a. Por
isso, minha palavra de gratidão a esses jovens do JUMP, à Paróquia de Caçu, à coordenação
diocesana do Setor Juventude e da PJ e aos/às jovens que participaram do DNJ
por aquilo que o DNJ significou na minha vida e na vida da juventude de nossa
Diocese. Gratidão igual a tantos/as jovens e assessores/as (leigos/as,
religiosos/as e padres) que fazem parte da história da evangelização da
juventude na Diocese de Jataí. De fato, a caminhada de hoje não é de hoje, mas
é parte de um caminho maior e mais longo, trilhado por tantos/as. É preciso
conhecer e cuidar de nossa memória. Tantos nomes me passam pela mente e pelo
corpo. Alessandro, Hellen, Cláudia, Ir. Ana Paula, Karlos, Edina, Pe. Chico,
Dom Heriberto, Suzana, Dom Vinícius, Murilo, Sidenil, Keila, Bruna, Suellen,
Márcio, Denner, Daiana, Ir. Rosilda, Higor, Luiz Rogério, Tássia, Gedeone, Ângela,
Jaime, Ir. Terezinha, Dom Miguel, Pe. Vicente, Pe. Luismar, Camila e
Paula. Fica um pedido perdão porque essa
lista de nomes é infinitamente maior do que esses poucos lembrados.
Ainda uma palavra
especial de gratidão ao Dom Vinícius, OSB.
Um amigo (e como sou feliz de ser amigo do Dom Vinícius) que doa sua
vida no compromisso com a juventude. Há anos nos conhecemos nesse caminho de
serviço aos/às jovens e sempre me impressiono vendo sua doação e seu
compromisso. Durante o DNJ tivemos a oportunidade de conversar um pouco,
partilhar a vida. E em muitos momentos fiquei olhando esse amigo junto da
juventude. De fato, temos um grande amigo, assessor, acompanhante e cuidante da
juventude. Sem dúvida, precisamos ter pessoas que amam a juventude e que doam
suas vidas no acompanhamento. É preciso gastar tempo preparando homens e
mulheres (leigos/as, religiosos/as e padres) para o ministério da assessoria e
do acompanhamento. Pessoas que estejam nesse ministério por amor.
Ao
retornarmos para casa, voltamos, eu e os presentes, convictos de que o caminho
que devemos percorrer como seguidores/as do Mestre, é ir para Jerusalém com
Jesus e em seus passos. O caminho é a doação da vida pela vida da juventude,
pelos pobres e pelo Reino.
Rio Verde/GO, 20 de
outubro de 2014.
Na memória da vida da
vovó Maria Helena, que me ensinou o amor.
Ainda muito marcado pelo
vivido no DNJ.
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